Nas palavras do Papa Francisco, “não é ‘eu rezo para ficar bem’, como se tomasse uma aspirina. Não é ‘eu rezo para obter isso’”. Como ressaltou o Pontífice em uma fala de 2016, a oração não pode ser vista como uma moeda de troca ou qualquer tipo de negociação com Deus.
Em outra oportunidade, ao rezar com fiéis na Praça São Pedro o Angelus dominical, em 2021, o Papa questionou o que é a fé. “Se é principalmente um dever ou uma moeda de troca, estamos no caminho errado, porque a salvação é um dom e não um dever, é gratuita e não se pode comprar. O primeiro passo, portanto, é nos libertarmos de uma fé ‘comercial e mecânica’”.
No dia a dia, entre correria, fraquezas e falta de disciplina na fé, as pessoas podem cair no erro de rezar, ou mesmo fazer promessas, como se elas fossem uma troca ou “toma lá dá cá”. Por exemplo: quem faz suas orações e promete determinado comportamento para melhor caso consiga uma conquista específica.
Esse comportamento pode ser bastante comum, mesmo entre pessoas que nem notam que o estão adotando para a vida. Mas então, o que é rezar e qual a forma que agrada os planos de Deus? Como já escreveu e explicou Padre Reginaldo Manzotti, fundador da Obra Evangelizar É Preciso, todas as pessoas seriam melhores se rezassem mais e se meditassem mais a Palavra de Deus.
“Seríamos pessoas mais equilibradas, mais centradas, mais serenas, mais sábias, mais santas e mais perfeitas”, afirma Padre Reginaldo em um artigo. Ele relembra que Jesus foi quem ensinou seus discípulos a rezar. “Nosso Senhor se recolhia e vivia em constante oração. Ao observá-lo e quererem chegar cada vez mais perto do que Ele é, os doze escolhidos entendiam que isso aconteceria por meio da oração: ‘Senhor, ensina-nos a rezar?’” (LC 11, 1).
Rezar transforma, fortalece, aproxima de Deus e do que Ele deseja para cada filho. Contudo, para que isso aconteça, a oração deve ser uma verdadeira entrega, pautada na confiança na Palavra.
“Vivemos olhando para o relógio, tem que fazer isso, olha no relógio, tem que fazer aquilo. Mas, por que não temos o mesmo cronômetro para a oração? Acabamos nos tornando pessoas desintegradas, desequilibradas até! Pessoas rabugentas e revoltadas, por falta de oração”, alerta o fundador a Obra Evangelizar. Seja ao celebrar a Santa Missa, seja pelas redes sociais, o Sacerdote tem constantemente pedido aos fiéis que entendam a importância e coloquem em prática o poder da oração.
“Muitas vezes, quando rezamos, cometemos um grave erro, porque nas orações vamos atropelando tudo. Queremos nos concentrar, queremos falar. A oração tem métodos, por isso se observarmos, o Pai-Nosso começa com louvação, petição e submissão. Submissão no sentido positivo da palavra”, esclarece.
Embora desde muito cedo todos falem em rezar ou fazer orações, a prática tende a ser potencializada com o tempo e há maneiras de aprender. Para iniciar uma rotina de orações, alguns passos estão relacionados a conteúdo da oração, ao tempo reservado e à forma de orar. A teóloga Sonia Maria Gaio, que é catequista do Catecumenato no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Curitiba (PR), explica que estabelecer uma rotina de orações exige esforço e deixa dicas para essa busca:
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