Depois de dois anos em isolamento ou distanciamento social em decorrência da pandemia de Covid-19, o mundo mudou muito. Práticas sociais, atividades do dia a dia e cuidados com a saúde física e mental são alguns dos exemplos de mudanças mais perceptíveis.
No entanto, algumas outras sequelas da pandemia, não tão visíveis, passam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Isso é o que mostrou uma pesquisa da Universidade de Columbia (Estados Unidos), realizada durante o ano de 2020 com mais de 200 bebês.
Os pesquisadores perceberam que os bebês que nasceram no primeiro ano da pandemia tiveram notas menores que a de outros bebês que nasceram em período fora da pandemia em testes de desenvolvimento de habilidades sociais e motoras.
Os resultados apontam ainda que muitas das mães dessas crianças não tiveram a doença, mas por conta do estresse e da ansiedade provocadas pelo medo da pandemia, transferiram emoções negativas ao feto. Entre os principais problemas estão o desenvolvimento da comunicação, resolução de problemas e habilidades sociais e algumas questões motoras.
Se seu filho nasceu no período da pandemia não precisa se preocupar muito. Nem todas as crianças nascidas nos últimos dois anos registram esse déficit. O que os cientistas demonstram com a pesquisa é que o resultado aponta uma tendência, especialmente relacionada ao medo e a insegurança durante a gestação.
Apesar disso, é preciso manter a atenção com as crianças, afinal de contas, elas vivenciaram a experiência de uma pandemia global e foram afastadas do convívio e da socialização.
Os pesquisadores da Universidade destacam também que os governos precisarão redobrar a atenção com as pessoas. Isso porque, essa dificuldade apontada com os bebês pode impactar na saúde pública a curto prazo também com outros públicos, como adolescentes, adultos e idosos.
Outro ponto apresentado é que os bebês e crianças nascidos durante a pandemia precisam ser estimulados e inseridos na trajetória de desenvolvimento ideal para suas faixas etárias.
Outra pesquisa, desta vez feita por pesquisadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, em parceria com o Instituto Max Plank (HOlanda) e a Universidade de Ciências Aplicadas e Artes da Suíça Ocidental avaliou o consumo de telas durante o período e comprovou um aumento no tempo das crianças em frente a celulares, tablets e computadores.
Como já esperado, houve um aumento significativo no consumo de telas no período. O motivo principal foi porque em lockdown, as famílias precisavam conciliar o trabalho em casa com as atividades das crianças. Além disso, muitas das atividades cotidianas eram feitas pelas telas, incluindo escola e conversa com amigos e familiares.
A confirmação do aumento do consumo leva a uma resposta à pesquisa anterior, porque com menos interação social, há também uma impossibilidade de desenvolver melhor as habilidades motoras e sociais.
Por exemplo, crianças deixaram de ir a parquinhos e eventos, como festinhas, e isso pode ter sido determinante quando se trata do desenvolvimento social infantil.
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