No alto da colina de Tepeyac, o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, recebe cerca de 20 milhões de pessoas todos os anos. É o segundo santuário católico mais visitado do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro em Roma. São muitos os motivos para visitá-lo, pois o local abriga história, cultura, belezas arquitetônicas e, principalmente, é um grande e verdadeiro encontro com a fé e devoção a Virgem.
O local tem duas basílicas. A Basílica Antiga, inicialmente construída em 1531 e concluída apenas 178 anos depois, em 1709, carrega história e marcas de tempos turbulentos. Em 1921, uma pessoa implantou uma bomba entre as flores do altar da igreja. A explosão danificou os degraus de mármore, castiçais e uma imagem de Jesus Cristo crucificado, que ficou retorcida no chão e ainda pode ser vista no local. Algo surpreendente é que a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe e seu manto permaneceram intactos.
Em 1979, o Instituto Nacional de Antropologia e História do México começou a restaurar o chão da antiga basílica, que foi reaberta em 2001, após a conclusão da primeira etapa do projeto.
Já Basílica Nova, projetada pelo arquiteto Pedro Ramírez Vázquez, é uma obra de modernidade que pode acomodar até 40 mil pessoas em eventos. Um dos destaques está no “céu” da Basílica Nova: um teto azul celeste que representa o manto de Nossa Senhora de Guadalupe e os mistérios entrelaçados na história das aparições.
Guardado no interior do santuário está o manto original (ou tilma) de Nossa Senhora de Guadalupe. Feito com fibra de cacto, ele exibe a imagem da santa e desafia a explicação científica. Décadas de estudos e análises não conseguiram decifrar como a imagem permanece tão vibrante após séculos, o que desafia a deterioração natural.
Cientistas de várias partes do mundo já analisaram a túnica em que se encontra a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe para tentar explicar como o tecido, depois de quase 500 anos, ainda não desbotou ou desfiou.
Uma das pesquisas foi feita por dois cientistas, Philip S. Callagan e Jody B. Smith, da equipe da agência espacial NASA. Na pesquisa de 1979, eles expuseram o tecido a raios infravermelhos e chegaram à conclusão que “não existem pinceladas e a técnica é desconhecida na história da pintura”.
O pesquisador José Aste Tönsmann, do Centro de Estudos Guadalupanos, no México, ampliou a imagem em 3 mil vezes e descobriu 13 figuras gravadas nos olhos. Entre elas, a figura de indígena, que religiosos afirmam ser Juan Diego. Os olhos são muito pequenos (7 e 8 mm) e possuem muitos detalhes, por isso seria improvável uma pessoa conseguir pintá-los.
Além do manto, o Santuário abriga uma rica coleção de objetos sagrados. As luminárias da Basílica, dispostas como constelações do manto sagrado, revelam uma partitura que se transforma em música quando transposta para o papel.
O Santuário de Guadalupe tem também um museu com obras de arte espanholas, o Convento das Capuchinhas, junto da Igreja de Maria de Guadalupe, as Capelas do Pocito e do Cerrito, além do Cemitério de Tepeyac.
A Capilla del Pocito (Capela do Pocito), onde há um poço (por isso o nome), atrai milhares de pessoas em busca de graças e curas. O Pocito teve que ser fechado e assim surgiu a capela, com a intenção de restringir a circulação.
Em 1531, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu para o indígena Juan Diego na região da Cidade do México. Ela pediu que ele solicitasse ao Bispo a construção de um templo em sua homenagem. O Bispo, inicialmente descrente, pediu um sinal para acatar o pedido.
Na terceira aparição, Nossa Senhora orientou Juan Diego a colher flores na colina Tepeyac, onde ele encontrou rosas em pleno inverno. Ao abrir sua tilma diante do Bispo, a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe estava impressa no tecido. Desde então, a história é uma das mais importantes e difundidas sobre a Virgem.
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