Ela se chama Prefácio e auxilia a assembleia a entrar em um espírito de Ação de Graças por Deus ter enviado Seu Filho como nosso Salvador. Nesta hora, é necessário um esforço mental para colocar todo o coração em Deus. Por isso, o padre convida à oração com as seguintes palavras:
Padre: “O Senhor esteja convosco.” R: “Ele está no meio de nós.”
Padre: “Corações ao alto.” R: “O nosso coração está em Deus.”
Padre: “Demos graças ao Senhor, nosso Deus.” R: “É nosso dever e nossa salvação.”
Padre: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e Todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso.”
A continuação sempre traz a chave para entender o que se celebra. Por isso, é importante ter atenção ao que está sendo pronunciado. Existem mais de sessenta fórmulas diferentes de Prefácios, mas em todas se mantêm a maneira própria de se cantar o Santo:
“Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo. O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas. Bendito O que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.”
Percebe-se que a palavra “santo” é repetida três vezes, justamente para recordar a Trindade. Nesse momento nos unimos com os anjos, arcanjos, serafins, querubins e toda corte celeste para louvá-La e adorá-La.
Foto: Felipe Gusso
Segundo a Instrução Geral do Missal Romano (54), “a Oração Eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de Ação de Graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e na Ação de Graças, e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por meio de Jesus Cristo, em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oferta do sacrifício”.
Ela é feita logo após o canto do Santo. Existem várias versões. Mas em geral suas estruturas podem ser divididas de forma didática em:
Invocação ao Espírito Santo ou Epiclese: Depois que o padre louva o Pai, gestualmente percebemos que ele impõe as duas mãos sobre as oferendas, traça o sinal da cruz e invoca o Espírito Santo para que venha sobre o pão e o vinho, e que ali Jesus se faça presente.
Consagração: É o momento da transubstanciação, quando permanecem as aparências e características externas do pão e do vinho, mas sua substância se torna o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Isso acontece no momento em que o padre repete as palavras de Jesus na Santa Ceia (cf. Mateus 26,26-30; Marcos 14,22-26; Lucas 22,14-20; 1Coríntios 11,23-25). Também é neste momento que o padre eleva a hóstia e o cálice para que todos vejam e adorem. Normalmente também há o toque dos sinos, carrilhões e/ou matracas, e que serve para chamar nossa atenção ao momento tão sublime.
Preces e intercessão: É o momento no qual Cristo age em nós por meio do Espírito Santo e, nessa unidade, pedimos ao Pai pelo Papa e pelos bispos, pelos fiéis defuntos e por todos os homens, principalmente por quem está na assembleia.
Doxologia: Apesar do nome aparentemente ser difícil, se trata daquela oração em que o padre eleva o Corpo e o Sangue de Cristo e diz:
“Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai Todo-poderoso na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre.”
Ela encerra e resume toda a oração eucarística com um grande amém.
Amém significa “assim seja”. Nós o dizemos em alto e bom som, pois o dizemos para Deus, como um ato de fé na Sua graça.
Foto: Felipe Gusso
Sim, ele está inserido no Rito de Comunhão, que é dividido em seis partes:
Pai-Nosso: No qual todos rezamos a oração que Jesus nos ensinou, como Filhos no Filho. Ele tem o sentido de comunhão com Deus e com os irmãos. Como “perdoamos a quem nos ofendeu”, então poderemos comungar (cf. Mateus 5,24).
Apesar de não ser obrigatório, geralmente levantamos nossas mãos para o céu com o desejo de que Deus nos escute. No Pai-Nosso da Missa não se responde amém, pois o sacerdote continuará a oração:
“Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador.”
E o povo conclui: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
Oração pela paz: Reconciliados em Cristo, o sacerdote reza a Jesus pela paz para a Igreja e para o mundo inteiro: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.”
Cumprimento da paz: Conhecido também como abraço da paz, é um gesto que simboliza a Páscoa. Nesse momento é importante cumprimentar somente quem está ao nosso lado, para que não nos distraiam enquanto a Missa continua.
Cordeiro de Deus: Neste momento o padre parte a hóstia sobre a pátena e mergulha um pedaço pequeno no vinho que está dentro do cálice, representando a união de Cristo presente por inteiro nas duas espécies (corpo e sangue). Ele reza em silêncio:
“Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna.”
Enquanto o padre reza, a comunidade repete por três vezes:
“Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.”
O padre, de mãos unidas e em silêncio, reza:
“Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, que cumprindo a vontade do Pai e agindo com o Espírito Santo, pela vossa morte destes a vida ao mundo, livrai-me dos meus pecados e de todo mal; pelo Vosso Corpo e pelo Vosso Sangue, dai-me cumprir sempre a Vossa vontade e jamais separar-me de Vós” ou “Senhor Jesus Cristo, que o Vosso Corpo e o Vosso Sangue, que vou receber, não se tornem causa de juízo e condenação
Foto: Felipe Gusso
Mas, por Vossa bondade, sejam sustento e remédio para a minha vida.”
Em seguida, o padre se ajoelha, eleva a pátena junto com o cálice e diz:
“Felizes os convidados para a Ceia do Senhor” (ou algumas das outras cinco fórmulas possíveis para este momento). Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
Depois, todos exclamam:
“Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo.” (Cf. Lucas 7,1-10)
Foto: Felipe Gusso
De novo, o padre reza em silêncio: “Que o Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna.” E comunga o Corpo de Cristo.
Depois, segura o cálice e reza em silêncio: “Que o Sangue de Cristo me guarde para a vida eterna.” E comunga o Sangue de Cristo.
Após isso, nós levantamos do banco e caminhamos até a mesa do banquete, lembrando a peregrinação que faremos até o dia em que chegaremos no banquete eterno. Os cânticos nesse momento devem ser sacros, processionais, de caminhada, de passos que reflitam a Eucaristia e favoreçam a oração. Afinal, é o momento de encontrar Jesus.
Devemos comungar como se fosse a primeira e última vez, pois é um momento único. Neste momento não devemos conversar com outras pessoas, mascar chicletes, responder mensagem de celular, ou quaisquer outras atividades que tiram nosso foco e coração de Jesus.
A pessoa pode receber Jesus na boca, na mão, de joelhos ou de pé. O fiel tem o direito de receber da maneira que lhe favorecer a oração, desde que não seja para chamar a atenção para si. O fiel come a hóstia, que agora é Jesus, e retorna ao seu lugar onde terá a oportunidade de conversar com Ele, ajoelhado ou sentado. Se não conseguir, pode ser de pé, desde que a postura seja favorável a oração pessoal.
Enquanto o padre purifica os vasos sagrados, ele reza em silêncio:
“Fazei, Senhor, que conservemos num coração puro o que a nossa boca recebeu. E que esta dádiva temporal se transforme para nós em remédio eterno.”
Não tem sentido comungar e ir ao Sacrário se Jesus está dentro de si. Também não tem muita lógica ter Jesus dentro de si e ir rezar ao pé de algum santo.
Não é aconselhável rezar em voz alta quando o padre levanta a hóstia. O ideal é rezar em silêncio, pois é o momento de cada um com Cristo.
Oração pós-comunhão: Seguida de pequeno silêncio logo após o sacerdote dizer “oremos”, sempre pedimos nessa oração para que os frutos da Eucaristia recebida sejam abundantes na Igreja e individualmente. É a conclusão do rito da comunhão.
Sim. Eles são divididos em:
Saudação: É o momento do envio para nossa missão enquanto batizados e discípulos do Senhor.
Avisos da paróquia: O momento deve ser o mais objetivo possível e pode ser aproveitado para dar orientações importantes sobre a realidade e as ações da comunidade.
Bênção final: Tendo se alimentado da Palavra e da Eucaristia, nesse momento o sacerdote, em nome da Santíssima Trindade, envia os fiéis para testemunhar a fé pelo mundo. Ela pode ser solene ou mais breve e termina com o sinal da cruz. Antes de sair, o padre pode incensar a imagem ou ícone de Nossa Senhora.
Leia mais da série sobre os ritos da Santa Missa:
Conteúdo publicado originalmente no Jornal do Evangelizador.
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