Padre Landell de Moura: o brasileiro que inventou o rádio​

Padre Landell de Moura: o brasileiro que inventou o rádio​

Muitos pioneiros acabam esquecidos pela história, devido a uma série de circunstâncias. Esse é o caso de Padre Landell de Moura, brasileiro visionário que, em 1899, muito antes da primeira transmissão de rádio realizada no Brasil, fez uma transmissão de voz por ondas de rádio.

Apesar da importância do feito, seu nome por muito tempo ficou esquecido. Em 4 de novembro é comemorado o Dia do Inventor e é, então, um bom momento para resgatar essa importante memória.

Padre Landell teve registros de patentes tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Ele preparou o caminho para a revolução que a radiodifusão viria a representar, que hoje é responsável por informar, entreter, comunicar e até evangelizar.

Contemporâneo de Nikola Tesla, Graham Bell, Heinrich Rudolph Hertz e Marconi Guglielmo, é considerado um dos pioneiros das telecomunicações no mundo. Hoje, é reconhecido como um exemplo de que religião e ciência podem andar lado a lado.

A invenção do Padre

Era 1899 quando Padre Landell de Moura, em uma experiência realizada no Colégio Santana, de São Paulo, protagonizou a primeira transmissão de rádio no Brasil. As palavras “Toquem o Hino Nacional!” ecoaram pelo ar e surpreenderam o público que testemunhou. A transmissão percorreu uma distância de aproximadamente quatro quilômetros até alcançar a Ponte das Bandeiras. O momento histórico, 23 anos antes da primeira transmissão de rádio feita a partir de estações instaladas no Brasil, marcou o pioneirismo do sacerdote brasileiro.

O cientista italiano Guglielmo Marconi é reconhecido como o inventor do rádio, devido a sua demonstração pública em Bolonha (Itália) no ano de 1874. Porém, a transmissão do Padre Landell ocorreu dois anos antes.

O jornalista e escritor Hamilton Almeida, que dedicou 45 anos à biografia do cientista, destaca a importância dessa demonstração pública e ressalta que “na época dele, o obscurantismo venceu”. O governo não concedeu o apoio necessário para o desenvolvimento das tecnologias de Landell de Moura, o que o levou ao esquecimento. Porém, a história agora busca resgatar o nome desse visionário que antecipou o futuro das comunicações e tem detalhes contados em sua biografia.

Sua invenção recebeu três patentes, nos Estados Unidos e aqui no Brasil, mas mesmo assim, o nome de Marconi é que ficou imortalizado.

Esquema da transmissão de ondas patenteado em 1904

 

Telégrafo sem fio patenteado nos Estados Unidos em 1904

 

Esquema do telefone sem fio patenteado nos Estados Unidos em 1904

Vale destacar que os feitos do Padre Landell de Moura não se limitaram ao rádio. Suas inovações incluíam o uso de ondas contínuas em suas transmissões e uma recomendação revolucionária feita em sua viagem aos Estados Unidos: a adoção de ondas curtas para aumentar as distâncias das transmissões. Esses experimentos serviram de referência para outros dispositivos de telecomunicação patenteados nos EUA.

Hamilton Almeida, no livro “Padre Landell: o brasileiro que inventou o wireless,” reuniu centenas de pessoas que trabalharam e conviveram com Landell de Moura, além de documentos que estavam dispersos em diferentes lugares.

O nome do inventor foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria no dia 27 de abril de 2012, por meio da Lei n° 12.614. O livro fica guardado em Brasília, no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.

Em 2011, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) lançou um selo e um carimbo em comemoração aos 150 anos de seu nascimento.

História

Natural de Porto Alegre (RS), Roberto Landell de Moura nasceu em 21 de janeiro de 1861 numa tradicional família gaúcha.

Foi para Roma aos 17 anos de idade para estudar Teologia, Física e Química. De volta ao Brasil, compartilhou experimentos científicos com o imperador Dom Pedro II.

Além das ciências físicas, estudou biologia, psicologia, parapsicologia e medicina. Foi o primeiro cientista brasileiro com registro internacional de invenção pioneira.

Padre Landell morreu de tuberculose no dia 30 de junho de 1928, no anonimato, aos 67 anos de idade.

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