Reformas significativas na Igreja Católica tem sido promovidas pelo Papa Francisco desde o início do seu pontificado, em 2013, com destaque para o fortalecimento da participação das mulheres em cargos de gestão e liderança no Vaticano. Para este ano, mais uma mudança considerável foi anunciada: o Sínodo dos Bispos 2023 contará com votos femininos.
É vontade do Santo Padre que as mulheres representem 50% da composição dos participantes da Assembleia Geral, que será realizada em outubro de 2023, na Santa Sé. E tem mais: apesar de não haver mudança no nome, cerca de 70% da composição do Sínodo será de “não bispos”.
Além de mulheres, a tradicional reunião terá maior participação de jovens. Todos os nomes serão identificados pelas Conferências Episcopais e Conselhos das Igrejas Orientais e nomeados posteriormente pelo Papa.
Participarão sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, num total estimado em mais de 400 participantes, segundo informações do portal Vatican News. Todos terão direito a voto.
“Não é uma revolução, mas uma mudança importante”, afirmaram os cardeais Mario Grech e Jean-Claude Hollerich, em diálogo com a imprensa. Eles são secretário-geral e relator-geral do Sínodo, respectivamente.
Para o secretário-geral do Sínodo, Jean-Claude Hollerich, a presença dos novos integrantes garante o diálogo entre a profecia do povo de Deus e o discernimento dos pastores.
“Essa decisão reforça a solidez do processo como um todo, incorporando à Assembleia a memória viva da fase preparatória, através da presença de alguns daqueles que foram seus protagonistas. Dessa forma, a especificidade episcopal da Assembleia Sinodal não é afetada, mas sim confirmada”, defende Hollerich, ao enfatizar que 21% da assembleia continuam a ser de bispos.
O site do Vaticano informa que os membros “não bispos” do Sínodo serão nomeados pelo chefe maior da Igreja Católica a partir de uma lista de 140 pessoas identificadas pelas Conferências Episcopais e pela Assembleia de Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais. Cada assembleia continental terá que propor uma lista de 20 nomes e Sua Santidade escolherá 10 dentre eles.
Cultura geral, prudência, conhecimento e participação no processo sinodal são alguns dos pontos a serem observados na escolha dos nomes. Os eleitos não serão conhecidos pelo público até que o Papa confirme a indicação.
“Percebi que toda vez que uma mulher recebe um cargo (de responsabilidade) no Vaticano, as coisas melhoram. As mulheres são um presente. Deus não criou o homem e depois lhe deu um cachorrinho para brincar. Ele criou o homem e a mulher”, afirmou o Papa Francisco, durante viagem ao Bahrein, no Oriente Médio, em novembro do ano passado.
De fato, a Igreja Católica, sob o comando de Francisco, tem tomado atitudes para combater o machismo e pela valorização das mulheres. Desde o início do seu pontificado, o Vaticano já nomeou cinco mulheres para o Departamento de Finanças, a vice-ministra das Relações Exteriores, a vice-chefe da Sala de Imprensa e a diretora dos museus do Vaticano. Também foram confirmadas pelo pontífice quatro conselheiras para o Sínodo dos Bispos.
“Devemos dizer a verdade. A luta pelos direitos da mulher é uma luta contínua. Todos os direitos da mulher vêm dessa igualdade. E uma sociedade que não é capaz de colocar a mulher no seu lugar não vai adiante”, afirmou o chefe maior da Igreja Católica.
Sínodo é uma assembleia periódica de bispos de todo o mundo, presidida pelo Papa. A reunião tem por objetivo tratar de assuntos ou problemas relacionados à Igreja como um todo.
A palavra sínodo significa “caminhar junto” e remete ao fato de que a Igreja não é estática. É a oportunidade de se analisar a realidade do momento atual à luz da fé e das Sagradas Escrituras para compreender e decidir que caminhos seguir, sob inspiração do Espírito Santo.
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