“Quando dou a mão a uma pessoa necessitada ou a um doente, se tiro a mão para que não me contagie, eu tenho horror a pobreza?”. Pois então, completou, “que todos sujem as mãos”. Essa fala foi do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Portugal, durante uma via-sacra em que os jovens elegeram os 14 temas que mais os afligem, como o medo do futuro, a intolerância e a desinformação.
Em um apelo carregado de humanidade e urgência, o Pontífice conclamou à ação concreta no combate à pobreza e destacou a importância de que cada um aja imediatamente para fazer valer o amor e a solidariedade. Suas palavras foram ditas aos jovens no bairro da Serafina, o mais desfavorecido de Lisboa.
O discurso do líder da Igreja Católica é respaldado por dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que revelam uma realidade de 2,4 bilhões de pessoas que enfrentam insegurança alimentar diária, enquanto 900 milhões vivem na extrema pobreza. Francisco destacou a urgência de uma nova postura da juventude, que passe a olhar além de cerimônias distantes da realidade e estender a mão aos que sofrem.
O Papa também reconheceu a necessidade da Igreja reavaliar seus valores e se aproximar dos necessitados. “A igreja não é um museu, precisa estar atenta às transformações”, ressaltou, evocando o exemplo de Cristo ao se abaixar para lavar os pés dos apóstolos em um gesto de amor concreto.
Ao lado do Papa estava o cônego Francisco Crespo, que se dedica há 45 anos a ajudar os desfavorecidos. Ele apoia quase 900 pessoas por dia, oferece educação a crianças e um lar a idosos desamparados.
No momento do seu discurso em meio à penumbra de Serafina, Papa Francisco deixou uma mensagem clara: é hora de agir, de sujar as mãos, e de fazer valer o amor e a solidariedade em mundo que precisa de esperança, assim como ordenou Jesus Cristo.
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