Após 19 anos de muito trabalho e dedicação, foi aprovada pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a tradução brasileira da Terceira Edição Típica do Missal Romano, que deverá ser adotada por todas as paróquias do Brasil até o primeiro domingo do Advento, 03 de dezembro de 2023. O Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos é o nome dado a um dos departamentos do governo da Igreja Católica.
A determinação de que cada país fizesse sua própria tradução foi estabelecida por São João Paulo II, quando Papa em 2002, após a promulgação da edição típica do Missal.
Foram cerca de duas décadas até todo o processo ser finalmente concluído. O trabalho foi realizado por um grupo de bispos, sacerdotes e peritos e submetido à Comissão Episcopal dos Textos Litúrgicos, responsável por rever e votar cada parágrafo.
Um dos principais livros litúrgicos do catolicismo, o Missal Romano traz orientações sobre orações e para as celebrações eucarísticas, além do Evangeliário, com os textos do Evangelho – considerado o livro mais importante para os ritos da Igreja.
Apesar de ser traduzido para o português, o livro aprovado e que passará a ser utilizado pela Igreja no Brasil é o mesmo para todo o mundo.
A aprovação da Terceira Edição Típica do Missal Romano aconteceu durante a 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022.
Porém, a confirmação por parte da Santa Sé só foi publicada no dia 17 de março de 2023.
O Padre Leonardo José de Souza Pinheiro, assessor para a Comissão de Liturgia da CNBB e secretário da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos, participou da entrega do documento de aprovação no Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Ele comentou sobre as mudanças no texto em entrevista à Rádio Vaticano:
“Não são propriamente mudanças, mas revisões na tradução. O Missal Romano é publicado em língua latina na sua versão oficial e cada país, através da Conferência Episcopal, tem a missão de traduzir para a sua própria língua. Há 19 anos estavam acontecendo esses trabalhos de tradução e, em 15 de dezembro de 2022, foi entregue no Dicastério para ser avaliado e aprovado e hoje veio a aprovação”.
Ele ressaltou ainda que no Missal está contida a fé da Igreja em oração, daí a necessidade de o trabalho ser realizado por especialistas, justamente por não se tratar de uma tradução qualquer, já que exprimirá a confiança da Igreja para o povo de cada nação.
“Por isso foi um trabalho muito meticuloso e a responsabilidade deste trabalho é sempre do episcopado da nação, auxiliado por peritos, por pessoas que tem a formação litúrgica, formação linguística, se faz essa proposta de tradução que vai sendo feita pouco a pouco, avaliada e aprovada pelo episcopado”, resume o pároco sobre o novo Missal.
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