Uma Igreja plural, que atue na construção de uma sociedade justa e solidária foi o impulso para o surgimento da Pastoral Afro-Brasileira no final da década de 70, após o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962- 1965).
Novos agentes que trabalhem no acolhimento, bem como para testemunhar a fé, viver em profunda comunhão e gerar a reflexão pela consciência negra foram convidados a incentivar a criação de grupos que buscam sua identidade. Ao sensibilizar os fiéis para o conhecimento das questões afro-brasileiras, os objetivos da pastoral são animar os grupos negros católicos existentes e proporcionar uma vivência como irmãos, a partir da palavra de Deus e da Tradição, mas com a reafirmação dos valores de suas culturas.
“A Igreja já se pronunciara diversas vezes contra o preconceito baseado na cor da pele ou na etnia, proclamando, firmada na divina Revelação, a dignidade de toda a pessoa criada à imagem de Deus, a unidade do gênero humano no plano do Criador e a reconciliação com Deus de toda a humanidade pela Redenção de Cristo, que destruiu o muro de ódio que separava os mundos contrapostos. A Igreja prega o respeito recíproco dos grupos étnicos e das chamadas ‘raças’ e a sua convivência fraterna. A mensagem de Cristo foi para todos os povos e nações, sem distinção nem preferências”, escreve Dom Fernando Rifan, da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney e Bispo Titular de Cedamusa, em artigo para o site Vatican News.
O Bispo também cita a Bíblia: “’Não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor…’ (Rm 10,12); ‘já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre…, pois todos vós sois um em Cristo Jesus’” (Gal 3, 28).
Na Pastoral Afro-Brasileira, conforme as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a ideia é que as ações correspondam às exigências de uma nova evangelização, com novos métodos, novas expressões e, sobretudo, numa espiritualidade que torne a Igreja cada vez mais missionária. Porém, é fundamental considerar a realidade da população afrodescendente no Brasil, onde há grandes desigualdades. De acordo com documentos da CNBB, negros encontram menos oportunidades de emprego e, quando conseguem colocação, a renda média mensal é inferior à dos brancos.
Assim, incentiva-se que as iniciativas da Pastoral Afro-Brasileira estejam ligadas a outros serviços e ações com objetivos semelhantes, que sejam visíveis na comunidade e bem articuladas com as outras ações da Igreja.
A CNBB estabelece atividades permanentes da Pastoral Afro-Brasileira, tais como:
Finalmente, ela atua em pedidos de políticas afirmativas, apoia ações na área da saúde, cultura, ação social e educação, como cursos pré-vestibulares para negros carentes e a obtenção de bolsas para ingresso nas universidades.
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