Pessoas que ainda vivem em lockdown: como retomar a vida fora de casa? 

A pandemia foi um período de muitas dificuldades para milhares de pessoas, tanto financeiras quanto psicológicas. E, atualmente, mesmo com o relaxamento das medidas restritivas pelo avanço da cobertura vacinal, o número de pessoas que ainda sente as consequências desse período é expressivo. 

Muito além da tentativa de recuperação e reconstrução financeira, os dados sobre pessoas que ainda buscam, todos os dias, se libertar do medo para sair às ruas novamente chamam a atenção. Isso porque, cerca de dois anos e meio se passaram e ainda temos pessoas que vivem em lockdown, sentindo os impactos e desequilíbrios emocionais pelo tempo recluso, enfrentando a insegurança do contágio diariamente. 

E, ao contrário do que se possa imaginar, não estamos tratando apenas de um público mais velho, que acentuou seus períodos em casa. Muitos jovens, que têm rotina ativa, sofrem com o medo acentuado do vírus e, por isso, voltar à rotina ainda não parece seguro. 

Conforme o psiquiatra Rodolfo Furlan Damiano apontou em entrevista à BBC Brasil, embora não exista uma estatística oficial de quantos sentem dificuldade de sair de casa e retomar a rotina num “novo normal”,  o profissional admite que tais narrativas são constantes nos relatos de pacientes que buscam ajuda. 

“São casos muito individuais, ligados a um aumento da prevalência de transtornos mentais ao longo dos últimos anos”, afirmou o médico. 

Mas como agir para sair dessa prisão mental e física? 

Nesse processo de ressignificação e readaptação, algumas dicas podem ajudar. Se você está passando por esse momento ou conhece alguém que enfrente esse desafio atualmente, confira as orientações de especialistas do tema: 

– Busque as boas memórias: lembrar de momentos felizes e alegres com aqueles que amamos traz boas sensações ao cérebro, rememorando os sentimentos bons do período de convívio fora de casa. 

– Dê um passo de cada vez: toda mudança brusca gera impacto psicológico e, nestes casos, pode gerar algo negativo. Por isso, a dica é começar devagar. Uma sugestão? Comece indo até a porta de casa e observe a rua. No segundo dia, ande um pouco pela calçada da sua casa. Depois, dê uma volta no quarteirão, e avance todos os dias, um pouco mais.

– Busque ajuda especializada: Com apoio psicológico é possível reconhecer os gatilhos, dificuldades, causas e encontrar o melhor caminho para lidar com esse retorno ao convívio social.