A Semana Santa, uma das celebrações mais importantes para os católicos, mobiliza fiéis em todo o mundo, com orações, muita devoção e tradições simbólicas. Algumas delas tratam de renúncias, bem característica do período. Mas o que de fato a Igreja recomenda?
Em um vídeo postado nas redes sociais, a restaurateur Camila Mariano perguntou ao staff do restaurante quais práticas as suas famílias realizavam. Além do não consumo de carne vermelha, álcool e doces, respostas como “não varrer a casa” e “não sair para qualquer lugar além da Igreja”. Esses comportamentos são comuns em muitos lares católicos Brasil afora.
A professora aposentada Eunícia Ginani lembra das orientações dos mais velhos: “nada pode ser feito na Sexta-feira Santa”. No nada, estão inclusas afazeres básicos como: tomar banho, pentear os cabelos e cortar as unhas, além de limpar a casa e dos jejuns. No Sábado de Aleluia, conta ela, todos se reuniam na praça para malhar o Judas.
Para Padre Antônio Cruz, cristãos não devem esquecer o costume mais importante de todos durante a Semana Santa: refletir sobre a importância do sacrifício de Cristo pela humanidade.
“Este período é para a gente pensar a vida, ser solidário com quem está sofrendo e se aproximar de Deus”, defende ele.
De acordo com a Bíblia, Judas foi o responsável por entregar Jesus aos soldados que o levaram para ser crucificado. O apóstolo indicou o filho de Deus com um beijo no rosto e recebeu pela traição um pagamento de 30 moedas. A tradição de malhar o Judas, presente em todo o país, foi trazida pelos espanhóis e portugueses não só para o Brasil, mas também para a América Latina.
Alguns fiéis, de fato, não varrem a casa durante esse período. O motivo apurado pelo IDe+ é o mais simples possível: o simples fato de as pessoas não se preocuparem em varrer a casa em um dia de velório, por exemplo, quando a dedicação é apenas ao luto.
O mesmo acontece em relação aos banhos. Costume obrigatório para alguns católicos durante a Semana Santa. De acordo com o que foi possível apurar, o motivo de não tomar banho é o mesmo para não varrer a casa, ou seja, uma atitude de luto. As pessoas não querem se preocupar com nada além do próprio sentimento de tristeza.
Para a Igreja Católica, a Semana Santa é um período de reflexão no qual os católicos devem pensar em Cristo e se dedicar ao jejum. Esse jejum não se restringe apenas a comida, como carnes e doces, podendo ir muito além. Há quem defenda o jejum de televisão, internet ou qualquer atividade que possa distrair o fiel. Padre Reginaldo Manzotti já escreveu sobre o jejum que verdadeiramente agrada a Deus.
A abstenção de carne na Sexta-Feira Santa acontece em respeito ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício. Além disso, muitos religiosos destacam que o jejum é uma prática daqueles que desejam ser afastados do pecado.
Conforme as Escrituras Sagradas, o jejum e a abstinência são provas de conversão. O povo no tempo de Cristo jejuava sobretudo na festa da expiação. Porém, há inúmeras outras passagens bíblicas que lembram o jejum, tendo inclusive o próprio Jesus como um adepto, pelo simples fato de quem se abstém da carne está dando um sinal de que quer se afastar do pecado.
Ou seja, alguns hábitos podem varias de acordo com as famílias e seus costumes, mas o que sempre deve existir é o reconhecimento do sacrifício de Jesus, que venceu a morte. A Igreja recomenda que, nesse período, os fiéis aceitem o chamado a intensificar práticas essenciais da vida cristã: a oração, jejum e caridade.
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.