“Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira”… você já se perguntou por que nossos dias não têm nomes de planetas ou deuses antigos, como ocorre em muitas línguas? Essa história é curiosa!
Os judeus instituíram a semana de sete dias no século V a.C., tomando como referência o sabbat (sábado, dia de repouso). Os demais dias eram nomeados a partir dele: primeiro do sábado, segundo do sábado, etc.
Essa influência chegou ao mundo greco-romano, mas os romanos continuaram a usar seus deuses e astros para nomear os dias. No século IV, já dentro do Império Romano cristianizado, houve uma forte rejeição aos nomes dos deuses pagãos.
Padres e bispos como Santo Agostinho, São Cesário e São Martinho de Braga denunciaram como incoerente um cristão invocar “dia de Júpiter” ou “dia de Mercúrio” em vez de falar do Senhor.
No século VI, em terras portuguesas, o Bispo São Martinho de Braga, também conhecido como Martinho de Dume, introduziu nomes litúrgicos como feria secunda (segunda-feira), feria tertia (terça-feira) e assim por diante. Foi a única língua românica a adotar esse padrão cristão em substituição total aos termos pagãos.
O dies solis (dia do Sol), por exemplo, tornou-se Dies Dominicus ou dies dominica, o “Dia do Senhor”, graças ao cristianismo, que transformou o primeiro dia em celebração da Ressurreição de Cristo. Enquanto isso, dies Saturni (dia de Saturno) foi substituído por sabbatum, do hebraico shabbat, símbolo de descanso consagrado por Deus.
O domingo, primeiro dia da semana, é também um símbolo da nova criação inaugurada na Ressurreição de Cristo. São João Paulo II destaca o Dies Domini como expressão da “criação, da presença do Ressuscitado, da edificação da Igreja e do descanso do coração humano”. Para católicos, o domingo é o dia mais importante para a comunidade reunida em celebração e descanso.
O domingo, que no mundo romano era chamado dies solis (dia do Sol), passou a ser denominado Dies Dominicus — o Dia do Senhor.
Já a segunda até a sexta-feira perderam os nomes ligados a planetas e deuses pagãos e receberam uma denominação numérica cristã: feria secunda (segunda-feira), feria tertia (terça-feira), e assim sucessivamente até a sexta.
Por fim, o sábado, antes conhecido como dies Saturni (dia de Saturno), foi substituído por sabbatum, palavra que vem do hebraico shabbat, e recorda o descanso sagrado instituído por Deus desde a criação do mundo.
Achou curioso? Esse processo mostra como a Igreja cristianizou o tempo, respeitando tradições hebraicas (como o sábado) e modificando expressões pagãs. Ao renomear os dias da semana, afirmou seus valores e lembrou os fiéis da centralidade de Cristo na vida diária.
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