Alimentos fora do período de validade podem até parecer inofensivos, no entanto, podem ser muito mais perigosos do que se imagina se consumidos. Isso porque quando ultrapassam o limite de validade ficam mais propensos à contaminação e à exposição de fungos e bactérias, o que modifica a estrutura do alimento e, consequentemente, pode causar intoxicações alimentares.
É exatamente porque os alimentos costumam se decompor que existe o prazo de validade, que é um item obrigatório para a maioria dos alimentos. A data de validade tem relação com um estudo prévio dos fabricantes, que conseguem mensurar o tempo e as condições de armazenamento para que tal alimento possa ser consumido. Depois do período informado pelo fabricante, os riscos do consumo estão presentes.
Até mesmo aqueles alimentos vencidos que não apresentam alterações na textura, cheiro, cor ou sabor, podem ser perigosos. Sendo assim, não devemos consumir alimentos vencidos porque eles causam riscos à saúde.
O consumo de alimentos vencidos coloca a saúde da pessoa em risco. O motivo? Há chances enormes desse alimento estar contaminado ou com bactérias e fungos que não fazem bem aos indivíduos. Além disso, toxinas produzidas por essas bactérias e fungos podem resultar em intoxicações e inflamações graves, em alguns casos até mesmo fatal.
De acordo com a nutricionista Laura Maria Iatskiu Vasconcelos, os riscos mais comuns ao ingerir alimentos vencidos são de:
Mas atenção: alimentos dentro do prazo de validade podem causar doenças quando estão deteriorados ou contaminados. “Isso ocorre geralmente por manipulação incorreta”.
Os cuidados com o consumo dentro do prazo de validade também devem ser observados na manipulação e conservação dos alimentos. Os menos propensos a causar danos à saúde quando consumidos fora do prazo de validade, explica Laura, são os não perecíveis e que normalmente não necessitam de refrigeração.
“Esses alimentos, na sua maioria secos: grãos em geral, açúcar, biscoitos, macarrão (massa seca), alimentos em pó para reconstituição, entre outros. Já os produtos perecíveis (que obrigatoriamente devem ter o prazo de validade na embalagem) como as carnes embaladas, é considerado, além da manutenção das suas características sensoriais, o tempo que o alimento leva para começar a deteriorar estando em condições adequadas de armazenamento”.
Hoje, o Brasil enfrenta um problema grave de fome. São mais de 33 milhões de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar. Ao mesmo tempo, o desperdício alimentar ultrapassa as 27 toneladas de alimentos por ano, o que seria suficiente para alimentar quase todos os que têm fome.
Grande parte desse desperdício acontece no ambiente familiar. Ou seja, as famílias jogam fora muitos alimentos, ora por estarem vencidos, ora por não consumirem tudo. A nutricionista informa que os alimentos vencem, geralmente, devido a erros de planejamento no momento da compra ou por falta de conhecimento da demanda de consumo de determinado produto.
“É relevante avaliar que a falta de planejamento gera desperdício e impacta diretamente na segurança alimentar da população mais vulnerável”.
Como explica a nutricionista, a ABIA (associação Brasileira das indústrias de alimentos), tem demonstrado interesse em alterar a forma como o prazo de validade de alimentos não perecíveis é estipulada. “A ideia é informar a data preferencial de consumo e o consumidor faz a avaliação de cor, sabor e odor antes de consumir o produto. Porém, essa proposta precisa ser avaliada e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que são órgãos reguladores e fiscalizadores quando se trata de alimentos no Brasil”.
Você pode fazer a diferença ao equilibrar o consumo e melhorar seus hábitos alimentares, principalmente na busca de evitar o desperdício.
Inovações vêm sendo desenvolvidas para diminuir esses índices, tal como o aplicativo Save to Food. Outra boa dica é, quando sobrar alimentos no seu dia a dia, investir em uma compostagem – e aqui no IDe+ ensinamos você a preparar uma.
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