Quando eu me deparo com uma pergunta como essa, logo eu penso nos perigos que isso representa para minha família. Pode ser um perigo no trânsito, uma discussão em algum local público, ou mesmo uma briga entre família ou amigos. Pensar que os motivos para irritação e fúria estão cada vez mais banais: não aceitar opiniões diferentes ou entender pequenos sinais como uma afronta.
Fato é que, quando buscamos o porquê disso, temos que ter em mente o cuidado de agir a partir desse entendimento, para evitar cair na armadilha de simples justificativa que nos coloca em um papel de pouca ou nenhuma ação.
E para falar dessas fúrias ou irritações intensas, precisamos entender o estresse. Estresse que você certamente sentiu durante essa semana. Um sentimento comum, conhecido, e que nos leva a perder a paciência, a elevar o tom de voz, a expressar insatisfação em nosso rosto, a debater um assunto com desrespeito.
O nosso corpo lida com o estresse dessa forma porque é como se ele percebesse um descontrole da situação, e em uma tentativa de defesa, ataca. O ataque é também utilizado como uma forma de defesa, e essa é a imagem do estresse. Isso nos leva a entender que a pessoa estressada está, de alguma forma, se sentindo ameaçada. Sem querer justificar os atos, estou te levando ao entendimento do que acontece. E qualquer pessoa, inclusive você e eu, podemos atacar se tivermos os hormônios disponíveis. No caso, o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina juntos.
Mas, Carol, parece que as pessoas estão ficando cada vez mais intolerantes. Isso significa que elas estão com mais problemas?
E eu te respondo: Não necessariamente. E é aqui que está a chave da compreensão do assunto e também para a solução.
Nosso cérebro libera os hormônios segundo nossa percepção do que pode acontecer. Ou seja, com base em expectativas. Isso vale para todo o funcionamento do nosso corpo. Isso significa que tudo o que acreditamos que vai acontecer nos leva a agir ou a reagir. Se eu acredito que consigo resolver um problema, meu estresse é mínimo, o suficiente para me fazer agir. E isso é natural e saudável. Mas se, ao contrário, eu acredito que não dou conta, eu acabo resistindo àquele problema, que por vezes terá que ser enfrentado, mas isso gera estresse. Ou seja, o estresse é o desafio que você resiste.
Uau! Se o estresse é o desafio que eu estou resistindo, então o problema não está na situação, mas sim na nossa mente!
Se você precisa levar seu filho à escola, e fica internamente desejando que fosse diferente, que você gostaria de ter esse tempo para fazer outra coisa, você está resistindo ao desafio de ser motorista dele nesse trajeto. Mas se você aceita, você simplesmente enfrenta. E eu dei um exemplo bem simples, porque criamos resistência a pequenos afazeres no nosso dia a dia. Quanto mais resistimos, mais nos estressamos com pequenas coisas. O que dizemos ser banal.
Se isso faz sentido para você, a solução está na mesma proporção: aceitar mais e resistir menos. Mas, claro, com consciência. Aceitar o que precisa ser feito, e ao que realmente precisar resistir, ter um plano para isso acontecer.
Esse aprendizado é para que você, estando no controle do seu estresse, seja mais tolerante com os que estão estressados ao seu redor, porque isso dissipa a irritação até mesmo do outro. Você já percebeu que quando está tolerante, você convive melhor, releva brincadeiras de mau-gosto, deixa de debater em tom agressivo e isso para a irritação do outro. Mas se ao contrário, você estiver no índice de tolerância zero, qualquer brincadeira pode ser um problema? Isso prova que seu controle do seu estresse é o melhor caminho para influenciar.
Isso vai te ajudar a aceitar o que está acontecendo, é como deveria ser. E se realmente precisar ser mudado, você fará acontecer.
Fique com Deus!
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.