Poupados das piadas dirigidas às sogras, os sogros parecem nadar em mar calmo quando o assunto se trata da relação estabelecida com genros e noras. Mas será mesmo? Pelo menos uma data no calendário anual é dedicada a eles: hoje, 10 de março, é o Dia do Sogro.
Daniel Weiner, 35, é um dos que pode depor positivamente sobre o sogro. Seu relacionamento com Cecília, 32, já dura 12 anos e ele nunca teve qualquer desentendimento com José Alexandre, 61. Ele conta que, na verdade, nunca se sentiu tratado como genro, mas sim como um filho.
“Alexandre me acolheu de imediato e sempre me tratou muitíssimo bem. Aliás, acho até que me dou melhor com ele do que a própria filha (risos). Temos gostos parecidos e isso ajuda muito. Quem vê até pensa que o filho de fato sou eu”, comenta ele.
Para Daniel, que é geógrafo e psicólogo, essa boa relação tem sido muito positiva para todos, pois como a convivência dele com a família de Cecília sempre fluiu de forma tranquila, ele gosta bastante de frequentar a casa do sogro. “Que é a da minha sogra também, uma pessoa igualmente maravilhosa”, ressalva ele. Mas como o dia é do sogro, sigamos no foco.
Uma das paixões de Daniel é o futebol e apesar de os times pelos quais ele e o sogro torcem não conflitarem, Palmeiras e ABC, respectivamente, um jogo quase cria um pequeno atrito. Um mal-entendido, na verdade, que felizmente logo foi esclarecido.
“Estávamos assistindo a um jogo do Palmeiras contra o Santos e quando o Santos fez um gol, ele comemorou. Reagi na hora e perguntei se agora ele era santista. A comemoração foi mais uma reação positiva a qualquer gol. Entendi, claro. Rimos e tudo continuou numa boa”, lembra o palmeirense.
Ana, que prefere não identificar a idade e o sobrenome, tem uma experiência diferente. Apesar de ter uma boa relação com a sogra, o convívio com o sogro nunca foi tranquilo, pois ele “exigia muito, mas não devolvia como avô, sogro e pai”.
Ela conta que levou um tempo para dar uma solução para a questão. Depois de muito diálogo e pouca mudança por parte do sogro, ela compreendeu que muito do que ela esperava tinha a ver com o comparativo que ela fazia entre o sogro e o seu próprio pai.
“Tive que entender e aceitar que são pessoas diferentes, com naturezas diferentes, e que não há como comparar. Cada um só pode ser o que consegue ser. Essa frase mudou muito a nossa relação e meu entendimento sobre ele e o mundo”, divide ela.
Na Bíblia, os sogros representam fonte de apoio e bons conselhos. O Sacerdote de Midiã, por exemplo, sogro de Moisés, foi fundamental na condução do povo judeu após a libertação. Vendo como Moisés liderava, ele deu sugestões sábias que beneficiaram não apenas o genro, como todos os judeus.
“Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: ‘Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde?’ Então disse Moisés a seu sogro: ‘É porque este povo vem a mim para consultar a Deus’” (Êxodo 18,15).
Então o sogro de Moisés lembrou a ele o quão importante era delegar, caso contrário a missão seria pesada demais e impossível de ser realizada: “O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes… Porque este negócio é muito difícil para ti, tu só não o podes fazer” (Êxodos 18,17).
Moisés recebeu a visão de Deus, porém precisou que uma voz mais experiente que ele o fizesse entender a necessidade de delegar. Um conselho de sogro bem antigo, mas que continua super atual.
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