Presentes para os filhos que não se põe embaixo da Árvore de Natal

Presentes para os filhos que não se põe embaixo da Árvore de Natal

Com a aproximação do Natal, é comum as pessoas se concentrarem em presentear os entes queridos, principalmente as crianças. Mesmo fora da fantasia do Papai Noel, tios, tias e avós buscam “lembrancinhas” que a criança possa desembrulhar no dia de Natal pela manhã, eufóricos com a surpresa. Muitas vezes nós, adultos, nos sentimos tocados e enternecidos por esse momento, nos lembrando de quando também éramos crianças e da alegria que sentíamos nesses momentos, ao lado dos nossos pais e avós.

O mundo, no entanto, mudou bastante. Hoje, o que vemos são crianças atoladas em um mar de brinquedos que nem sempre consideram divertidos. Desde muito pequenas, elas se perdem em desejos consumistas, buscando ter o brinquedo “que o amiguinho tem”, ou “que estava na TV”. Muitas delas brincam um pouco com o objeto por algumas horas e já se distraem, frustrando inclusive os adultos, que acreditam ter “errado” o desejo do pequeno e partem para identificar, nas vontades superficiais da criança, o brinquedo perfeito, capaz de encantá-la da mesma forma que os seus brinquedos, no passado, lhe encantavam.

Essa é a realidade de pessoas de diferentes classes sociais: quartos de crianças com estantes apinhadas de brinquedos que, muitas vezes, não lhes interessam tanto assim.

O ano inteiro, temos presenteado nossas crianças do jeito errado. Pensamos na materialidade e na satisfação dos desejos banais e esquecemos de estimular a criatividade dos pequenos, de lhes dar limites e, principalmente, de ensinar-lhes a valorizar o que já têm.

No Natal, essa atitude dos adultos parece mais contraditória ainda quando lembramos o que estamos realmente comemorando: a chegada do Menino Jesus, dentro de um estábulo, deitado, após Seu nascimento, em uma manjedoura, cercado de animais e pessoas simples. O grande exemplo de humildade e desprendimento que Nosso Senhor nos legou.

Aqui no portal, já sugerimos muitas ideias para fazer brotar nos pequenos o verdadeiro sentido do Natal; agora, é hora de falarmos sobre como pais, avós e tios podem encontrar um modo de colocar em prática, perante as crianças, esses mesmos valores.

Os presentes inesquecíveis que podemos dar às nossas crianças não são simples objetos que podemos embrulhar.

Os presentes que não cabem na embalagem

Queremos o melhor para nossos filhos. A melhor escola, um bom plano de saúde, que se alimentem e se vistam bem. Não há nenhum problema em desejar isso. Há, no entanto, outras necessidades que os pequenos têm, tão importantes quanto essas, que não podem ser deixadas de lado.

Ouvimos muito a frase: “Ele teve tudo!”, principalmente quando falamos de crianças e adolescentes que se desviaram do bom caminho. Queremos falar, ao usar essa frase, de oportunidades, bens materiais e boa estrutura. Mas será que podemos afirmar, realmente, que essa criança “teve tudo”?

Precisamos equilibrar, todos os dias, o que damos aos nossos filhos. Se damos oportunidades, precisamos lhes ensinar a aproveitá-las da melhor forma; se damos alimento, devemos lhes mostrar quantos não o têm e levá-los a agradecer. Se lhes damos brinquedos, precisamos reservar um tempo para brincar com eles e mostrar-lhes que o valor não está no objeto, mas nos momentos que eles podem nos propiciar.

Nesta última semana do advento, vamos juntos refletir sobre os verdadeiros presentes que podemos entregar para nossos filhos, sobrinhos e netos. Nem todo presente precisa ser um brinquedo. Veja quantas coisas maravilhosas não se põe sob a árvore de Natal:

  1. Um dia reservado para aprender coisas novas

Aprender a andar de patins juntos ou a montar um cavalo. Fazer um curso de origami. Comprar tintas e telas e passar a tarde pintando quadros ou fazendo biscoitos e bolinhos seguindo receitas da internet para, com eles, presentear os amigos. Você pode estar pensando, “que não leva jeito para essas coisas”, mas lembre-se que seu filho também não leva. Já pensou a lição fantástica que você lhe ensinará quando ele vir que também você é iniciante em algo? Permita-se ser imperfeito diante da criança, mostre que não saber não é motivo para embaraço e que é tentando e errando que todos aprendemos.

2. Um talão de créditos especiais

Essa é, inclusive, uma boa forma de se compreender melhor as necessidades da criança. Dê a ela um talão com folhas de papel. Em cada uma delas, explique que ela vai poder indicar uma tarefa ou um “crédito” com você que poderá usar quando quiser. Depois de pronto o talão, você pode assinar o termo, aprovando e reconhecendo a sua “dívida”. Quando ela desejar usufruir do seu presente, deve apresentar a você o “vale” respectivo.

Alguns exemplos de créditos que vocês podem criar: assistir um filme juntos na TV; contar uma historinha antes de dormir; escolher o prato do almoço de domingo; passar a noite na casa da vovó; um banho de mangueira no quintal.

3. Uma experiência na natureza

Muitas vezes, viajamos com nossos filhos para lugares maravilhosos, mas não os aproveitamos de verdade. Seguimos o planejamento da viagem, vamos na montanha-russa, na praia, no museu, sempre com pressa, sem aproveitar demoradamente os lugares. A natureza é rica e cheia de possibilidades de desenvolvimento para as crianças, e está logo ali na esquina. Você pode ir a um parque ou jardim botânico da sua cidade, pode visitar um sítio ou pode, simplesmente, comprar mudas de plantinhas e plantá-las em vasos, mesmo em apartamentos. Coloque a mão na terra com a criança, deixe que ela se molhe, se suje e experimente com liberdade.

4. Uma conversa longa e sincera

Não importa a idade do seu filho ou neto: ele certamente tem algo a dizer. Ele deseja lhe contar sobre seus amigos, seus personagens favoritos, quer cantar musiquinhas para você e ouvir você cantar junto. Ele também quer ouvir o que você pensa do que ele diz. Respire fundo, afaste a vergonha e chame sua criança para conversar. Pergunte sobre as coisas que ela gosta e escute com atenção, fazendo perguntas. Conte sobre sua infância, sobre as coisas que viveu, fale sobre o que sentiu naqueles momentos. Fale sobre seus pais e avós, apresente à criança sua ancestralidade. Não se preocupe em lhe passar lições morais neste momento; abandone um pouco o tom professoral. O presente, aqui, está nos laços de afinidade que vocês vão criar.

5. A prática de bons hábitos e tradições cultivadas

Por toda a vida, inclusive quando não estivermos mais presentes, nossas crianças lembrarão de nós e nos celebrarão para o resto de suas vidas através das tradições e dos bons hábitos que cultivarmos juntos. A lasanha especial de domingo. O momento da oração antes das refeições. A benção ao se encontrarem e se despedirem. O dia da família jogar jogos de tabuleiro. O dia de dormir juntinhos. A reunião na varanda de casa no fim da tarde para olhar as estrelas e conversar. Pense bem, quase todas as lembranças especiais que você carrega (e que ninguém nunca vai tirar de você) reside nos hábitos que criamos com nosso pais e avós, cheios de amor e troca. Lembre-se de manter também com suas crianças esses hábitos e de criar novas tradições, sempre que possível.

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