Desde criança, sempre ouvimos que “quem não for bom aqui na Terra vai para o inferno quando morrer”. Ou então, que a alma de fulano está “queimando no purgatório”. Crescemos escutando e reproduzindo essas expressões. Mas, afinal, qual a diferença entre inferno e purgatório?
O primeiro ponto a saber é que não são sinônimos, pois possuem significados diferentes. A Igreja nos ensina que após a morte temos um destino eterno, e que, de acordo com ações de cada um, mereceremos as alegrias do céu, junto a Deus, Nossa Senhora, os Anjos e Santos, ou a punição eterna do inferno, como explica Tiago Correia da Silva, bacharel em Filosofia, Comunicação e especialista em Ética.
Mas não é algo tão simples assim. Segundo Tiago, para participarmos das alegrias do céu junto a Deus, nossa alma deve estar em um estado pleno de graça.
“Então, todos aqueles que morrem, mas precisam de purificação para estar junto a Deus, passam por um estado que a Igreja chama de purgatório.”
O julgamento se a alma irá direto para o inferno ou passará pela purificação do purgatório é exclusivamente de Deus, como explica o filósofo, e será feito de forma individual depois da morte de cada um; e, universalmente, no fim dos tempos.
No purgatório, nossa alma se purifica para que seja digna de participar do convívio com Deus no céu, algo que é afirmado na Bíblia, no livro de Macabeus:
“Por isso, [Judas Macabeu] pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas” (2 Mac 12, 46)
Entretanto, no caso de Santos e Santas, isso não acontece, pois vão direto para o céu sem passar pelo purgatório.
Você sabia que algumas pessoas são devotas das almas do purgatório? Tiago Correia explica que existem duas devoções comuns às almas do purgatório: a primeira é rezar pelas almas que estão em purificação para que cheguem ao paraíso. E a segunda é pedir sua intercessão por nossas necessidades.
Há uma citação de São Tomás de Aquino que explica como é possível as almas do purgatório intercederem pelos humanos:
“As almas dos mortos podem se interessar pelos vivos ainda que ignorem o seu estado, assim como os vivos podem se interessar pelas almas ainda que as ignorem. Podem as almas do purgatório conhecer as necessidades dos vivos pelas almas que partem deste mundo, ou pelos Anjos”
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