Qual é o significado da fogueira de São João?

Entre bandeirinhas, quadrilhas e comidas típicas, um elemento se destaca com brilho e calor nas festas juninas: a fogueira de São João. Além da tradição popular, carrega outros significados — especialmente para os cristãos, que celebram no dia 24 de junho o nascimento de São João Batista, o profeta que veio preparar os caminhos do Senhor.

As origens da fogueira são cercadas de relatos simbólicos. Um dos mais conhecidos conta que Santa Isabel, prima de Maria, teria acendido uma fogueira no alto de um monte para avisar sobre o nascimento de seu filho, João. O gesto foi um sinal combinado com a Virgem Maria: ao ver a fumaça, ela partiria para visitar Isabel — como narra o Evangelho de Lucas (1,39-56). Outra tradição diz que pastores usavam fogueiras para aquecer e proteger os cordeiros durante a noite, remetendo também à figura de Cristo, o Cordeiro de Deus.

Independentemente da origem exata, a fogueira se tornou símbolo do “luzeiro de anúncio”. João Batista, como diz o Evangelho de João (1,6-8), não era a luz, mas veio “para dar testemunho da luz”, ou seja, para anunciar a chegada de Jesus, o verdadeiro Sol da Justiça (cf. Ml 4,2).

Nesse sentido, a fogueira nas festas juninas remete ao papel missionário de João Batista — e também ao nosso, como cristãos. Ela representa o ardor da fé, o anúncio da presença divina, a preparação do coração para acolher a salvação. É um chamado a brilhar no mundo, mesmo em meio à escuridão.

Contemplar a fogueira de São João leva a refletir sobre a missão de sermos luz. Como escreve São Paulo aos Filipenses: “Brilhai como luzeiros no mundo, ostentando a palavra da vida” (Fl 2,15-16). Assim como João Batista não viveu para si, mas para apontar o Cristo, somos chamados a irradiar o amor de Deus com gestos simples, acolhimento e testemunho.

A chama da fogueira aquece, reúne, transforma. É símbolo do Espírito Santo que purifica e impulsiona. Como símbolo, lembra da necessidade de manter a fé acesa e o coração voltado à missão.