Gesto humano, uma lição de fé e perdão. Esse é um resumo do que significa a negação do Apóstolo Pedro a Jesus. Em meio à vivência da Páscoa, temos um convite para refletir sobre nossas fragilidades humanas e o poder transformador do perdão. Nesse sentido, a negação de Jesus por Pedro tem ensinamentos e mensagens essenciais para a vida com Cristo.
Quem hoje conhece a história do Messias e todo seu amor se pergunta como alguém tão próximo de Cristo pôde negá-lo em um momento tão importante? Mas a verdade é que isso muito nos ensina sobre fé, medo e redenção.
Durante a Última Ceia, Jesus advertiu Pedro: “Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, me negarás três vezes!” (Mt 26, 34). A profecia se cumpriu horas depois, no pátio do Sumo Sacerdote, onde Jesus era julgado. O apóstolo, tomado pelo medo e pela fraqueza humana, negou conhecer seu Mestre três vezes.
Como explica o Diácono Paulo Pacheco, supervisor do Aconselhamento Espiritual da Evangelizar É Preciso, esse episódio revela a humanidade de Pedro e sua fragilidade diante da perseguição. Ele via o que Jesus estava passando e não queria passar por aquilo também. Estava tão envolvido por tal situação que mal pôde perceber que uma criada do Sumo Sacerdote o reconheceu.
Ao ser questionado pela mulher, ele se desesperou. Foi reconhecido como alguém da intimidade do réu, e poderia, como Ele, ser também acusado. Então, negou conhecer Jesus por medo e por sua própria fragilidade como ser humano.
Paulo Pacheco ainda conta sobre o significado do “cantar do galo” mencionado por Jesus:
“Do ponto de vista histórico, não existiam galinheiros e galos naquela região porque era proibido. Esse termo se refere, na verdade, à troca de guarda que era feita na terceira vigília, entre meia-noite e três horas da manhã. Era um toque de trombeta chamado gallicinium, que significa ‘canto do galo’ em latim”, esclarece.
Pedro, que havia prometido seguir Jesus até o fim, foi vencido pelo medo e pela insegurança. “Ele se viu despreparado para enfrentar aquilo. A fraqueza humana e o medo fizeram com que ele agisse por instinto de autopreservação”, pontua Paulo.
“Contudo, a beleza dessa história está na redenção. Após a Ressurreição, Jesus se encontra com Pedro e o questiona três vezes: ‘Simão Pedro, tu me amas?’” (João 21, 15-17), complementa Paulo Pacheco.
Cada resposta afirmativa de Pedro se torna uma oportunidade de reparar a negação anterior. Ao final, Jesus o convida a “apascentar suas ovelhas”. Assim, concede novamente a confiança e a missão de liderar Sua Igreja.
O arrependimento de Pedro é um chamado para todos nós. Mesmo quando falhamos e nos afastamos de Deus, a misericórdia d’Ele sempre nos acolhe. Pedro chorou amargamente, mas foi perdoado e fortalecido em sua missão, como explica o diácono.
A negação de Pedro é um exemplo de como a humanidade, em sua fragilidade, pode ser redimida pelo amor e pelo perdão de Deus. Ao mesmo tempo, mostra que o próprio líder escolhido por Jesus para guiar a Igreja era passível de erro, como qualquer um de nós.
Essa história também fala sobre humildade e o reconhecimento de nossas limitações. Pedro falhou, mas soube se arrepender e se entregar novamente a Cristo. Essa é uma lição que todos nós podemos aplicar em nossas vidas, especialmente durante a Páscoa, que é tempo de renovação e perdão.
Ao contrário da traição de Judas, Pedro teve medo, foi fraco, mas se arrependeu. E Deus, que é infinito amor, está sempre pronto para nos perdoar e abraçar, inclusive para nos dar grandes responsabilidades, como a que o Apóstolo recebeu em dar início à Igreja e levar a Palavra a toda a humanidade.
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