Você já deve ter ouvido falar que o sofrimento produz bons frutos. Diversos artistas já expressaram em músicas, quadros e livros suas produções a partir de temas como tristeza, melancolia ou perdas. Um exemplo é o livro de crônicas do autor Rubem Alves chamado Ostra Feliz Não Faz Pérola. O título é relacionado à história de que para fazer uma pérola a ostra precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para si mesma “Preciso envolver essa areia pontuda que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire as pontas”. Por isso, se diz que “ostras felizes não fazem pérolas”.
Com essa ideia, é como se pessoas sem algum incômodo ou inquietação não sentissem a necessidade de criar e tanto se fala sobre o sofrimento ter o poder de ser inspirador.
É verdade que não temos controle sobre os acontecimentos, sobre a vida dos outros e situações, como as perdas de entes queridos, por exemplo. Porém, acreditando em um Deus Todo Poderoso e na Sua promessa, ainda que em momento de dor, conseguimos enxergar a luz no fim do túnel e saber que é passageiro.
No livro A Igreja da Misericórdia: Minha Visão Para a Igreja, que traz mensagens do Papa Francisco para brasileiros (Editora Paralela), o Santo Padre escreveu:
“Abraçada com amor, a cruz de Cristo nunca leva à tristeza, mas à alegria, à alegria de sermos salvos e de realizarmos um pouquinho daquilo que Ele fez no dia da sua morte”.
O Papa Bento XVI também já se pronunciou sobre o que chamou de “a verdadeira beleza”.
“Uma beleza feita só de harmonia não é uma verdadeira beleza. Falta alguma coisa, torna-se deficitária. A verdadeira beleza precisa também do contraste. O obscuro e o luminoso se completam. Também a uva, para amadurecer, necessita não só do sol, mas também da chuva, não só do dia, mas também da noite”, como está no livro “Perguntas e Respostas Papa Bento XVI” (Editora Pensamento).
Se não podemos controlar os acontecimentos podemos buscar na fé a força, a sabedoria, a perseverança e tudo que precisamos para atravessar períodos difíceis e fazer deles novas coisas: como a ostra e a pérola, como mães que perdem filhos para o tráfico e lutam para que o mesmo não aconteça com outras, como quem se dedica ao bem coletivo e ressignifica a vida, como quem escreve um livro para trabalhar seus sentimentos ou faz trabalhos artesanais e beneficentes.
São muitas as formas de transformar o sofrimento em inspiração, estímulo para criar e amor. Qual vai ser a sua?
Para refletir, aqui estão duas passagens da Bíblia:
“Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles”.
2 Coríntios 4,17“Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados”.
Hebreus 2,18
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