Quantas vezes devemos perdoar, de acordo com a Bíblia?

Quantas vezes devemos perdoar, de acordo com a Bíblia?

Em um mundo repleto de algoritmos, lógicas e regras que se pautam em performances de dados, fica a pergunta: qual seria a expressão matemática capaz de expressar o perdão? A resposta pode variar de acordo com a fonte. Mas a mais confiável quando se fala em comportamento verdadeiramente cristão e em sentimentos, a Bíblia, tem uma “pista” significativa.

No Evangelho de São Mateus (18,21-22), Pedro pergunta a Jesus quantas vezes deve perdoar e questiona com uma sugestão: “até sete vezes?” Jesus responde que não apenas sete, mas “setenta e sete vezes”. Essa resposta, que pode parecer um cálculo matemático simples, na verdade, leva a um entendimento muito mais profundo sobre o perdão.

A declaração do Senhor sobre perdoar “setenta e sete vezes” não se trata de um cálculo exato de multiplicação, por exemplo, com resultado de 539, mas uma afirmação de que o perdão deve ser ilimitado. Jesus chama, portanto, a praticar um perdão contínuo e sem reservas, o que reflete a infinita misericórdia de Deus. Se Deus sempre pode perdoar cada um dos Seus filhos, por que eles não podem se perdoar e ao próximo?

Sobre esse tema, Papa Francisco já expressou uma visão clara. Em um dos seus textos sobre o tema, escreveu:

“Perdoar não é fácil, todos nós sabemos. Mas o perdão é um instrumento colocado em nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de perdoar nos enclausura no rancor e na vingança”.

O perdão é também um caminho para a paz interior e estado de harmonia social.

Desafios do perdão

Apesar de ser um chamado divino, o perdão pode ser um dos maiores desafios. Perdoar repetidamente, especialmente em situações de profunda dor, ou perdoar quem lhe fez graves males exige uma força espiritual e maturidade que nem sempre são fáceis de atingir. Para isso, é essencial buscar inspiração na própria misericórdia de Deus e nos exemplos de perdão.

Um dos mais inspiradores na história é o do Papa João Paulo II. Em 1981, ele foi vítima de uma tentativa de assassinato por Mehmet Ali Ağca. Apesar da gravidade do ataque, João Paulo II sobreviveu e perdoou seu agressor. Em 1983, o Papa visitou Ağca na prisão e, em um gesto de compaixão e perdão, conversou com ele e expressou seu perdão pessoalmente.

Papa João Paulo II perdoou seu agressor. Foto: reprodução Vatican Media

Para entender o perdão, é fundamental refletir sobre a misericórdia divina. Deus perdoa incessantemente, independentemente do número ou da gravidade dos pecados, se houver arrependimento. Esse amor incondicional e misericordioso é o modelo que Seus filhos são chamados a seguir. Quem perdoa se torna mais semelhante a Deus, espalha amor e compaixão em um mundo frequentemente marcado pelo rancor e pela divisão.

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