Quantos milagres são necessários para alguém ser declarado Santo?

Embora muitos Santos sejam famosos e suas histórias rendam filmes, livros e até séries, eles não são seres míticos. São pessoas reais, com família, amigos e seus próprios desafios ao longo da história. O caminho para ser reconhecido como Santo é longo e não se trata de uma recompensa, mas de um reconhecimento da santidade de vida de uma pessoa.

Esse processo inclui diversas etapas e requer a confirmação de milagres atribuídos à sua intercessão. Recentemente, a confirmação de mais um milagre do Beato Carlo Acutis  despertou curiosidades sobre quantos milagres são necessários e como se dá o processo de canonização, que começa com a investigação da vida, virtudes e reputação de santidade do candidato.

Essas etapas são:

• Servus Dei (Servo de Deus): a primeira fase é a abertura do processo na Diocese onde o candidato morreu. Nessa fase, são recolhidos testemunhos e documentos que comprovem a vida virtuosa do candidato.
• Venerável: após uma investigação diocesana, a causa é encaminhada à Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano. Se for reconhecida a vivência heroica das virtudes pelo candidato, ele é declarado Venerável pelo Papa.
• Beato: para que um Venerável seja beatificado, é necessária a comprovação de um milagre atribuído à sua intercessão, ocorrido após a sua morte. Esse milagre é investigado e, se validado, o candidato é beatificado, tornando-se Beato.
• Santo: a canonização, que é a última etapa, requer a comprovação de um segundo milagre ocorrido após a beatificação. Com a confirmação desse segundo milagre, o Papa pode declarar o Beato como Santo, autorizando sua veneração universal.

Depois desses pontos, o nome daquela pessoa é inscrito no cânon, ou seja, na lista oficial da Igreja. Daí vem o nome: canonização. Cada momento até chegar à grande final tem seus significados e necessidades. Vale lembrar que a canonização não é uma homenagem póstuma.

Ao se tornar Santa, aquela pessoa é tida como exemplo de caminho de vida, modelo e intercessora para os fiéis em sua vida de fé. Por isso, o processo detalhado, que envolve comissões de especialistas, entre médicos e teólogos, busca garantir que não haja explicações naturais para os eventos ocorridos. Assim, procura garantir que a santidade atribuída ao candidato seja um testemunho genuíno da ação divina.