Quarta-feira de Cinzas: o que é a imposição das cinzas e quem pode fazer?

Quarta-feira de Cinzas: o que é a imposição das cinzas e quem pode fazer?

“És pó e em pó te tornarás” ou “converta-se e creia no Evangelho”. Essas são as palavras ditas no momento em que as cinzas são impostas durante a Santa Missa ou fora dela. Na testa, fiéis recebem o símbolo da cruz na Quarta-feira de Cinzas, quando entram no tempo destinado à purificação da alma.

O momento marca o início da Quaresma. As cinzas impostas são tradicionalmente feitas queimando as palmas abençoadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Após serem abençoadas, são impostas na testa dos fiéis em um gesto simbólico, que é uma lembrança da mortalidade humana. Além disso, trata-se de um convite aos filhos de Deus para que reflitam sobre a vida, que se arrependam de seus pecados e se voltem para Ele durante o tempo de jejum, oração e penitência.

O que pouca gente sabe é que todos os fiéis podem fazer a imposição das cinzas, e não apenas os Sacerdotes. Ou seja, qualquer pessoa pode ser convidada ou encarregada de impor as Cinzas, embora nem todas possam abençoá-las. É o que indicou a Secretaria da Sagrada Congregação para os Sacramentos, quando respondeu a esse questionamento em 1975: “os Ministros extraordinários (eucarísticos) não podem abençoar as Cinzas, mas podem ajudar o Celebrante na sua imposição, e até quando não houver sacerdote e as Cinzas já estiverem abençoadas, podem impô-las por si mesmos”.

Como a imposição das cinzas é relacionada ao Sacramento da Penitência, para que sejam consideradas um sinal sacramental precisam antes ser abençoadas por um Ministro Ordenado – bispos, presbíteros ou diáconos (Catecismo da Igreja Católica – CIC 1669).

A importância da imposição das cinzas está descrita no artigo 125 do Diretório sobre a piedade popular e a liturgia da Igreja:

“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal.

Devem ajudar aos fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre cada pessoa para a conversão e para o esforço da renovação pascal”.

O uso litúrgico das cinzas

A origem do uso litúrgico das cinzas tem base no Antigo Testamento. O símbolo era associado à insignificância humana, fugacidade e precariedade. Em várias passagens, as cinzas simbolizavam dor, morte e penitência, como em Jó (42,6).

Jesus Cristo também fez referência a ela. O Senhor mencionou a prática de se arrepender sob cilício e cinzas ao condenar povos que recusaram se arrepender apesar de testemunharem milagres e ouvirem a Boa Nova, como está em Mateus 11,21: “Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza”.

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Comentários

  • Sérgio Oliveira
    Participei da missa e recebi a imposição das cinzas. Quaresma começando.

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