Esta é uma história sobre lealdade e redenção. O Livro de Rute, que está nas Escrituras Sagradas, traz exemplos de amor e dedicação profunda. Rute, que era uma mulher moabita (povo nômade que se estabeleceu a leste do Mar Morto), está na genealogia real de Israel, como antepassada direta do Rei Davi e, consequentemente, da linhagem de Jesus Cristo.
O relato de Rute começa em Moabe, onde ela se casa com Malom, filho de Elimeleque e Noemi, uma família israelita que migrou para lá em tempos de fome em Belém. Após a morte de seu marido e de seus cunhados, Rute escolhe seguir Noemi de volta a Belém, em Israel, apesar das incertezas e dificuldades que isso acarretaria. Essa decisão é uma representação do compromisso que honrou com sua sogra — que antes do auxílio da nora era muito pessimista — e com o Deus de Israel.
Ao chegarem a Belém, Rute e Noemi enfrentaram desafios financeiros, que levaram Rute a trabalhar nas terras de Boaz durante a temporada de colheita. Boaz era um parente distante de Elimeleque. O homem demonstrou generosidade e interesse por Rute, defendeu-a de outros homens e eles se casaram com a bênção de Noemi.
O matrimônio levou à redenção de Noemi e Rute daquela situação tão precária, inclusive sobre como eram vistas na sociedade. Com isso, os mundos são de novo pacificados. As mulheres de Israel dizem a Noemi que Rute, a estrangeira, vale “mais de sete filhos” e que a união será uma “bênção do Senhor”.
A relação entre Rute e Boaz, por sua vez, é marcada pela fé em Deus e o respeito pela tradição e pela lei. No Livro de Rute (4, 13-22), está a lista dos descendentes de Rute e Boaz, incluindo Obede, pai de Jessé, que por sua vez é pai de Davi. Como descendente de Davi, Jesus também se deu ao mundo como descendente de Rute.
Papa Francisco mencionou que o Livro de Rute, o qual chamou de “preciosidade”, mostra a importância da aliança entre gerações: “a juventude se mostra capaz de dar novo entusiasmo à idade madura, quando a juventude dá novo entusiasmo aos idosos, a velhice se mostra capaz de reabrir o futuro para a juventude ferida”.
O Pontífice continuou a enaltecer a importância do livro e de sua beleza para pensar sobre os relacionamentos.
“Em comparação com o Cântico dos Cânticos, o Livro de Rute é como o outro painel do díptico do amor nupcial. Tão importante quanto essencial, celebra o poder e a poesia que devem habitar os laços de geração, parentesco, dedicação e fidelidade que envolvem toda a constelação familiar”, destacou.
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