A busca pelas relíquias da Cruz de Jesus é registrada desde os tempos do imperador Constantino, que procurava encontrar evidências e algo material sobre o cristianismo e a religião que conquistava cada vez mais fiéis. Sua mãe, Helena, que influenciou no fim da perseguição aos cristãos no Império Romano, viajou à Terra Santa, entre 326 e 328 d.C., para pesquisar e descobrir a verdadeira Cruz do Senhor.
Como conta Vatican News, esta busca do século IV, tão importante para a história e para a fé, tem sido representada por diversas obras de arte ao longo dos séculos, e continua a fascinar e inspirar os fiéis até os dias de hoje.
De acordo com a Tradição, Helena encontrou três cruzes próximas ao túmulo de Cristo, e identificou a verdadeira ao usá-la para curar uma mulher doente. A partir desse momento, as relíquias foram expostas no palácio imperial e mais tarde transferidas para a Basílica da Santa Cruz em Roma. Entre elas, estão fragmentos da Cruz de Cristo, pregos e o Titulus Crucis, uma tábua com a inscrição “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.
A Basílica da Santa Cruz em Roma, também conhecida como Santa Croce in Gerusalemme, é considerada uma parte de Jerusalém na cidade eterna. Construída a partir de uma capela erguida sobre terra trazida da Terra Santa, abriga um tesouro de relíquias e obras de arte, incluindo os fragmentos da Cruz de Cristo.
A história e a autenticidade dessas relíquias têm sido objeto de estudo e debates que atravessam gerações. Enquanto alguns questionam sua originalidade com base em análises radiocarbônicas, outros defendem sua autenticidade com base em evidências paleográficas e históricas.
Independentemente de questionamentos, a Capela das Relíquias na basílica é um local de veneração e contemplação, onde os fiéis buscam se conectar com a história e o significado da cruz de Cristo, um símbolo do amor redentor de Deus pela humanidade.
Como explica o filósofo Tiago Correia, que é colunista do IDe+, a oscilação de sentimentos e compreensões sobre a cruz faz parte da ressignificação desse valioso e forte símbolo da religião cristã.
“Até Cristo, a Cruz era, de fato, um instrumento de tortura, usado para a condenação à morte no Império Romano. Por meio desse instrumento, Deus decidiu salvar a humanidade, redimindo-a de todos os pecados. Assim, com o sofrimento e morte de Jesus na Cruz, ela passa de símbolo da morte para símbolo da vida, que nos é garantida no sacrifício salvador de Jesus”.
Constantino era pagão como seu pai, mas tinha sido instruído por sua mãe, a determinada Santa Helena, nos fundamentos do cristianismo. Ele se converteu quando, antes da batalha na região entre Saxa Rubra e Ponte Milvio, viu uma Cruz em seus sonhos com uma legenda que dizia: “Com este sinal vencerás”. No dia seguinte, o imperador levou uma cruz ao combate e exclamou:
“Confio no Cristo em quem minha mãe Helena crê”.
Foi a partir dessa vitória que o imperador decretou o fim da perseguição aos cristãos, que já durava três séculos, e permitiu que as pessoas professassem a fé católica.
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