Muitos católicos se acostumaram a chamar o dia entre a morte de Cristo (Sexta-feira da Paixão ou Santa) e a ressurreição (Domingo de Páscoa) de Sábado de Aleluia. Porém, essa denominação já não é tão usada e muitos fiéis chamam o dia de Sábado Santo.
O reitor e pároco do Santuário Arquidiocesano da Santíssima Eucaristia, Padre Marcelo Silva, de Belo Horizonte, conta que a mudança se faz necessária por uma questão mais ampla a assertiva da linguagem, permitindo uma compreensão melhor do que de fato ocorre nesse dia: o início da vigília pascal, à espera da ressurreição de Jesus Cristo.
De acordo com o Sacerdote, tudo é uma questão de evolução e aperfeiçoamento da linguagem na Igreja, podendo por analogia se comparar à mudança promovida pelo Vaticano de “extrema unção” para “unção dos enfermos”.
Apesar da mudança na denominação, para os católicos, o Sábado Santo é um momento de meditação sobre o sofrimento, a descida à mansão dos mortos e a posterior ressurreição de Cristo. Um dia, portanto, para a reflexão sobre o sacrifício de Jesus na cruz e de expectativa da libertação da humanidade do pecado graças ao feito do “cordeiro de Deus”.
É no Sábado Santo também que as imagens dos santos são descobertas na Igreja. Uma prática que, conforme matéria do Portal IDe+, não se trata apenas de um sinal de luto, mas igualmente de um gesto de “solidariedade” e união profunda ao mistério da Paixão do Cristo.
Conhecida também como velatio, a tradição de cobrir as imagens dos santos com tecido roxo entre o quinto domingo da Quaresma e o Sábado Santo tem ainda uma terceira razão: para que os fiéis não se distraiam com eles e concentrem a toda a sua devoção no Mistério Pascal de Cristo, isto é, na paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor.
Boa parte das tradições mantidas pelos católicos durante a Semana Santa se aplica ao Sábado Santo, como não ingerir carne vermelha e bebida alcoólica em abundância, não matar animais e até não tirar leite de vacas. O assunto também foi aprofundado em pesquisa realizada pela nossa equipe e pode ser conferida aqui.
Outra prática antiga comum ao Sábado Santo é a malhação do Judas, trazida pelos portugueses e espanhóis para a América Latina e presente em todo o país. Por mais que se trate de uma traição relatada na Bíblia, a Bíblia nada diz sobre a hostilização de bonecos que representam o personagem, principalmente por se tratar de um ato revanchista.
Para o Padre Antônio Cruz, católicos não devem esquecer, entretanto, o costume mais importante de todos durante a Semana Santa, incluindo o Sábado Santo: refletir sobre a importância do sacrifício de Cristo pela humanidade.
“Este período é para a gente pensar a vida, ser solidário com quem está sofrendo e se aproximar de Deus”, defende o religioso. Atitude que reforça o caráter do dia rebatizado. Santo, como deve ser.
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