Ela faz parte da História do Brasil e atualmente é um dos pilares que faz o país ser destaque mundial quando o assunto é energia e sustentabilidade. Há muito tempo na economia agrícola brasileira, além de ser fonte primária para a produção de açúcar e etanol, é hoje uma das protagonistas da construção de um futuro energético mais limpo e sustentável. A cultura da cana alimenta setores industriais-chave e atua na mitigação das mudanças climáticas na promoção de uma matriz energética mais verde.
Nas últimas décadas, o Brasil adotou os biocombustíveis como uma estratégia fundamental para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Um exemplo é o etanol, produzido principalmente a partir da biomassa de cana-de-açúcar. Esse biocombustível, utilizado tanto puro (etanol hidratado) quanto misturado à gasolina (etanol anidro), ajuda na melhoria da qualidade do ar, reduzindo as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.
Com uma experiência de mais de 30 anos no setor de biocombustíveis, o Brasil é um dos líderes globais nessa pauta: o segundo maior produtor mundial de etanol, com uma contribuição de 27,5% para o mercado global. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país é reconhecido por sua matriz energética limpa e de baixo carbono. Fontes como hidrelétricas e biocombustíveis representam mais de 40% do fornecimento primário de energia. Esse cenário resulta em emissões relativamente baixas de gases de efeito estufa, em comparação com outros países da OCDE.
Para atender às demandas globais relacionadas às mudanças climáticas e necessidade de transição energética para fontes mais limpas, como foi acordado pelos países durante a Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas (COP28) em 2023, o Brasil busca reduzir suas emissões. Nesse sentido, os biocombustíveis, liderados pelo etanol, são uma solução tecnológica para uma transição sustentável.
Graças ao uso contínuo de etanol no Brasil desde a introdução dos carros flex em 2003, estima-se que mais de 600 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico) foram evitadas de serem lançadas na atmosfera até dezembro de 2021, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).
Além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar são biodegradáveis, atóxicos e apresentam baixos níveis de enxofre e compostos aromáticos. Assim, tornam-se ecologicamente viáveis e alinhados com o ODS 7, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 2015, que busca garantir o acesso à energia limpa.
A cana-de-açúcar não é relacionada apenas à produção de etanol, mas também a outras diversas formas de energia renovável, que incluem a bioeletricidade, biogás, pellets e até mesmo na produção de combustíveis sustentáveis para a aviação.
Estudiosos apontam que a produtividade média da cana-de-açúcar no Brasil é de 80 toneladas por hectare, o que supera em muito outras culturas, como o milho nos Estados Unidos. Com previsões de avanços genéticos até 2050, espera-se elevar essa produtividade para até 148 toneladas por hectare.
Além disso, o produto é aliado na captura de carbono da atmosfera. Estudos indicam que nos últimos 20 anos, a cana-de-açúcar sequestrou cerca de 200 milhões de toneladas de CO2, equivalente ao plantio de 1,4 milhão de árvores em uma área do tamanho de 1 milhão de campos de futebol. Também atua na economia circular e transforma subprodutos em novas fontes de energia.
Embora a cana-de-açúcar tenha diversos benefícios, também há desafios e desvantagens associadas à sua produção e uso:
É importante reconhecer os aspectos negativos para buscar maneiras de reduzir os impactos da produção para que aconteça um desenvolvimento mais sustentável e equilibrado. A busca por práticas agrícolas mais sustentáveis, o investimento em tecnologias menos impactantes e a regulamentação eficaz podem contribuir para minimizar esses problemas associados e o Brasil pode potencializar apenas as vantagens dessa produção.
Já do ponto de vista da saúde, o caldo da cana-de-açúcar é rico em minerais como ferro, cálcio, potássio, sódio, fósforo, magnésio e ainda vitaminas do complexo B e C. Como explica a nutricionista Lucilene Andrade, é uma bebida antioxidante e pode prevenir doenças cardiovasculares. Também é considerado um suplemento alimentar, ajuda no sistema imunológico e na hidratação do corpo.
Na estação do verão, um delicioso copo de caldo de cana é refrescante e garante muita energia.
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