Nascido no dia 13 de novembro de 354, Aurelius Augustinus (Aurélio Agostinho), popularmente conhecido como Santo Agostinho de Hipona, é um dos santos católicos mais estudados. Isso porque, além de suas obras relacionadas com à religião e à fé cristã, esse homem nascido na Argélia transformou a forma como a História e a Filosofia são compreendidas até hoje.
Antes de contar mais sobre isso, vamos conhecer mais a história desse Santo?
Antes de ser católico, Santo Agostinho era pagão (seus pais eram descendentes de berberes e, portanto, não católicos). A mãe, Mônica, converteu-se ao cristianismo e tentava apresentar as Palavras de Deus ao filho, que resistente não aceitava a religião.
Aos 11 anos ficou ainda mais próximo da crença pagã, ao estudar na Escola de Madura e se manteve nessa linha até 386, quando já em Roma com uma escola de Retórica sob sua responsabilidade sofreu uma crise espiritual.
Ao ler a vida de Antonio do Deserto, Atanásio de Alexandria, decidiu se converter ao catolicismo para servir a Deus. Agostinho foi batizado por Santo Ambrósio durante uma vigília de Páscoa, em Milão. O momento foi de grande felicidade para sua mãe, no entanto, logo após isso, ela faleceu, assim como seu filho, Adeodato.
Apesar do sofrimento por suas perdas, usou disso para ajudar nas obras de Deus e construir uma Igreja mais forte. Retornou para a África e vendeu todos seus bens, dividindo tudo entre os pobres, com exceção do patrimônio usado para formar a ordem agostiniana.
Em 391 foi ordenado padre, depois Bispo, quando cuidou da Igreja e questões de justiça. Morreu em 430, com um legado imenso de obras, sermões, cartas e tratados.
Tiago Correia da Silva, bacharel em Filosofia e Comunicação Organizacional e especialista em Filosofia da Educação e Ética, fez pesquisas relacionadas ao Santo.
Segundo ele, Agostinho de Hipona tem pelo menos 3 grandes legados quando se pensa na sua história.
Segundo Tiago, como pensamos a construção da história foi algo diretamente impactado pelo pensamento do Santo. “Quando a gente pensa na história da nossa vida ou de um país, sempre pensamos num começo, um meio e um fim. Foi Agostinho quem fez essa síntese”.
Isso é contado com base nos preceitos católicos, a partir da ideia da criação do mundo feita por Deus como o início, o desenvolvimento com Jesus e, por fim, o reencontrar com Deus no hoje (o fim da história).
Estima-se que Santo Agostinho tenha deixado mais de 100 obras. Algumas são muito conhecidas, outras são atribuídas a ele sem comprovação. Por isso, perguntamos a Tiago como é possível saber se o texto é realmente de Santo Agostinho.
“A melhor forma de identificar o que é dele ou não, é começar uma leitura sobre ele. Para isso, indico o livro As Confissões, que é uma das primeiras obras autobiográficas do mundo”.
Nessa obra, Santo Agostinho explica sua vida, desde muito crianças, suas dúvidas ao longo da vida, sua relação de fé, a conversão e tudo mais. “E tudo isso de uma forma muito simples e didática, ajudando muito a gente a compreender a fé, filosofia, história e espiritualidade”.
A fim de que você conheça mais dessa obra recomendada por Tiago, separamos 5 frases do livro para lhe inspirar.
“O que me criou, portanto, é bom, e ele próprio é o meu bem; a ele louvo por todos estes bens que integravam meu ser de criança. Eu pecava em buscar em mim próprio e nas demais criaturas, e não nele, os deleites, grandezas e verdades; por isso caia logo em dores, confusões e erros”
“Quem entra em ti, entra no gozo do seu Senhor, e não temerá, e estará perfeitamente bem no sumo bem. Eu me afastei de ti e andei errante, meu Deus, mui longe de teu esteio em minha adolescência, e cheguei a ser para mim mesmo uma região de esterilidade”
“O tempo não corre debalde, nem passa inutilmente sobre nossos sentidos; antes, causa na alma efeitos maravilhosos”.
“Bem-aventurado o que te ama, Senhor, e ama ao amigo em ti, e ao inimigo por amor a ti; só não perde o amigo quem tem a todos por amigos naquele que nunca se perde. E quem é este, senão nosso Deus, o Deus que fez o céu e a terra, e os enche, porque, enchendo-os, os criou? Ninguém, Senhor, te perde senão o que te abandona”.
“E onde estava eu quando te buscava? Certamente, estavas diante de mim, mas eu me havia afastado de mim mesmo, e não me encontrava, e muito menos de ti!”.
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