Em uma visão superficial, pode-se pensar que não há muito o que falar de São José, devido às poucas informações que existem sobre Ele nos relatos do Evangelho.
Mas a realidade é outra. Nos últimos séculos, a devoção a Ele tem crescido cada vez mais, principalmente entre os que buscam uma vida mais feliz. Mas por quê?
Para compreender a estreita ligação entre José de Nazaré e as pessoas que estão infelizes, primeiro devemos nos recordar de outro José, que viveu muitos anos antes d’Ele e cuja história é contada já no início da Bíblia.
Todos nós conhecemos a história de José do Egito, que foi aquele garoto vendido pelos seus próprios irmãos como se fosse um escravo (cf. Gênesis, capítulos 37 ao 50).
Mas mesmo em meio a tantas dificuldades, a Providência o favoreceu de diversas maneiras, até mesmo quando tudo parecia acontecer de forma contrária ao que Ele esperava.
Deus, em sua infinita sabedoria, escolheu para José um caminho único para poder exaltá-Lo: José foi agraciado com o dom de interpretar sonhos proféticos, um dos meios pelo qual Deus se comunicava com a humanidade.
Aparentemente, ser mais um sonhador e intérprete não seria muito útil para um escravo esquecido e humilhado. Mas quis Deus, em Sua infinita sabedoria, que essa fama chegasse aos ouvidos do Faraó que estava aflito, pois tivera um sonho inusitado e mesmo tendo recorrido a outros interpretes e sábios conhecidos e respeitados no país, ninguém pôde lhe dizer seu real significado.
José então foi retirado da prisão para poder ministrar o Seu dom e com a unção divina predisse os anos de fome que viriam sobre toda a Terra. Logo o Faraó fez José o governador de todo o Egito, que administrou os bens da pátria de maneira tão sábia que não faltou pão no tempo da carestia.
A todos que recorriam ao Faraó em busca de socorro, ele lhes recomendava: Ide a José, e fazei tudo o que ele vos disser (Gênesis 41,55). E de fato José se tornou como pai do Faraó, chefe de toda sua casa e governador de todo o Egito (cf. Gênesis 45,8). José cuidava da casa e dos bens do homem mais poderoso do mundo e sua administração favoreceu aos mais desprovidos.
Os chamados Padres da Igreja, ou Pais da Igreja, que são os grandes homens que com refinada filosofia e teologia firmaram os fundamentos da fé católica nos primeiros séculos, viram em José do Egito a prefiguração de outro sonhador e administrador da casa do Senhor, que é na verdade José de Nazaré. Este foi escolhido como pai, chefe da casa e governador dos bens de Jesus, filho do próprio Deus.
São José foi eleito pelo Senhor para administrar a casa da Sagrada Família, mas também era quem provia todo o necessário para cuidar dos bens mais preciosos de Deus: Jesus e Maria. Oportunamente Deus depositou no coração deste homem os mistérios da fé e colocou em Suas mãos um pão que não era deste mundo, que é o próprio Pão do Céu, o próprio Jesus. Tal dignidade faz de José de Nazaré o maior entre todos os santos, depois de Jesus e Maria.
De certa forma, as primícias da Igreja, ou seja, os seus primeiros frutos, foram administrados por esse homem tão justo, que longe de os esconder, os distribuiu ao mundo inteiro. Por isso, ainda hoje se ecoa a recomendação a todos os necessitados: Ide a José! Pois Ele conta com especial poder de intercessão diante de Seu Filho adotivo. Nada mais justo! Os mais oprimidos, indefesos e infelizes por causa dos problemas da vida precisam do mais poderoso entre todos os santos para lhes socorrer.
E mais do que um defensor, depois de Jesus e Maria, José é um consolador, pois Ele tornou-se canal da Providência, que é a medida certa para todas as coisas na nossa vida.
Por conta dessa identificação, a piedade popular aprendeu a homenagear São José praticando atos de amor e caridade para aqueles a quem Ele protege. Então, que tal imitar São José e também ir ao encontro dos mais infelizes para lhes levar alegria?
São José, consolo dos infelizes. Rogai por nós!
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