As Sagradas Escrituras fazem questão de ressaltar um título devido a São José: ele era justo (cf. Mateus 1,19). Sabemos, porém, que esse título não era dado a qualquer pessoa, mas a personalidades grandiosas e que eram realmente de Deus. Mas o que significa então ser justo?
Para o povo judeu, um indivíduo justo era mais do que alguém meramente honesto ou de reto comportamento. Ser justo, na verdade, era o ápice de toda a espiritualidade judaica. O justo era o indivíduo que alcançava o absoluto amor a Deus, inclinado a sempre fazer Sua vontade. Ele não se desviava ou pendia para o mal, mas o vencia em seu coração por intermédio da oração, do jejum, do seguimento da lei divina, entre outras posturas recomendadas.
A Palavra de Deus era sempre seu modelo de vida e ele não se realizava em outra coisa a não ser na relação de fidelidade ao Seu Senhor. No momento mais importante da história da nossa salvação, Deus quis escolher e preparar um justo para cuidar dos Seus bens mais preciosos: Jesus e Maria.
Como São Bernardo diz: “O Senhor encontrou José segundo o Seu coração e lhe confiou com plena segurança o mais misterioso segredo do Seu coração. A Ele desvelou a obscuridade e os segredos de Sua sabedoria… aquilo que numerosos reis e profetas desejavam escutar e não ouviram foi concedido a São José, que não apenas O viu e O ouviu, O abraçou, O beijou, O alimentou e d’Ele cuidou” (Homilia Super Missus est: PL 183,70).
Além disso, para protagonizar tais eventos tão importantes para o mundo, seria realmente necessário alguém com um alto grau de santidade, a fim de que a vontade de Deus permanecesse sempre intacta e não fosse substituída por ideais meramente humanos.
Mas tudo aconteceu mediante um paradoxo: a esposa de José estava grávida e Ele não era o pai. O contexto que se apresentou não era fácil, pois humanamente poderia se supor um erro por parte de Maria e, ao mesmo tempo, os olhos da fé poderiam crer numa radical ação divina. Em que acreditar?
Não querendo entregar ou difamar Sua esposa publicamente, mesmo que houvesse de Sua parte o conhecimento do que a lei exigia, José pensou em apenas deixá-La secretamente, assumindo assim toda a responsabilidade (cf. Mateus 1,19).
Sua devoção à esposa parecia lhe dar a certeza de que Ela jamais cometeria adultério e que era mais fácil que algo sobrenatural realmente tivesse acontecido do que Maria tivesse pecado.
Dessa forma, Ele se tornaria o culpado, se eclipsando como alguém que abandonou a própria esposa e o filho sem mais nem menos. Sua devoção à esposa parecia lhe dar a certeza de que Ela jamais cometeria adultério e que era mais fácil que algo sobrenatural realmente tivesse acontecido do que Maria tivesse pecado. Assim, a solução encontrada por José os livrariam de um problema aparentemente sem solução e manteria intacta a honra d’Aquela que Ele tanto amava. José foi justo em seu julgamento e nas atitudes que quis tomar.
Mas a intervenção divina que sempre socorre os seus amigos, mais uma vez veio confirmar que os planos divinos queriam que José e Maria fossem esposos, e Deus fez honra a Virgem Maria lhe dando um marido justo. Além disso, foi por meio de José que Jesus recebeu legalmente a descendência de Davi, que era um dos critérios para identificar o Messias.
José foi justo com Deus, depositando toda Sua vida na mão d’Aquele a quem era devido. Foi justo com Jesus e Maria, vivendo para Sua família na mais perfeita caridade e, por fim, foi justo consigo, dando a Si aquilo que Sua vocação necessitava.
N’Ele, vislumbramos o homem novo, que não olha para Si de maneira egoísta, mas olha para o futuro preparado pelos planos divinos.
A vida de São José é um exemplo de justiça e podemos imitar Sua virtude no nosso dia a dia, principalmente nas pequenas coisas. Podemos começar praticando com três pessoas principais:
São José, homem justo. Rogai por nós!
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