Estigmatizado, perseguido, desacreditado e responsável por transformar e aproximar tantas vidas de Cristo. Não foi fácil estar na pele de São Pio de Pietrelcina, mas todos os dias ele sabia como tudo valeria a pena, especialmente carregar os estigmas de Cristo. E assim foi desde que colocou no centro de sua vida a Cruz de Nosso Senhor.
No dia 20 de setembro de 1910, São Pio recebeu os estigmas invisíveis. Esse humilde frade capuchinho italiano viria a ser conhecido como o “irmão da Cruz”, um testemunho vivo da paixão de Cristo. “O primeiro sinal dos prodígios que Deus pretendia fazer em sua alma foi a transverberação, ou seja, uma ferida no coração, que antecede a verdadeira estigmatização”, como conta o livro “Padre Pio – crucificado por amor”, de Silvana Cobucci Leite (Edições Loyola). A Igreja determinou que fosse examinado por médicos. Eles o viram e disseram que o ferimento se tratava de algo feito por meio de corte, mas não existiam sinais de trauma ou infecção.
As marcas ficaram visíveis em 1918 e assim permaneceram por cinquenta anos, até 23 de setembro de 1968. Durante esse tempo, ele carregou o peso das Chagas de Cristo em suas próprias mãos, pés e lado do coração. Tentou esconder. Porém, logo as notícias dos estigmas correram. Como conta o livro, por meio de uma visão, o próprio Jesus lhe disse: “Carregarás as marcas por 50 anos e depois virás até mim”.
A origem e o significado dos estigmas permanecem envoltos em mistério e admiração. O próprio Padre Pio relatou esse dom em muitas de suas cartas, enquanto médicos reconhecidos, como Dr. Giorgio Festa e Dr. Romanelli, estudaram e confirmaram a autenticidade dessas feridas, ainda que envoltos em julgamentos e olhares de incredulidade. O primeiro, inicialmente agnóstico, tornou-se um dos filhos espirituais de Padre Pio e testemunhou a natureza inexplicável, para a medicina, das chagas.
As feridas de São Pio provocavam dor intensa e constante e interferiam em sua rotina e nas atividades mais simples. Ele não podia fechar as mãos, escrever ou segurar objetos com firmeza. O sangramento constante exigia cuidados, e ele precisava da assistência de outros até mesmo para tarefas básicas como se vestir. Porém, nada disso foi capaz de pará-lo na missão de evangelizar, cuidar de seus filhos espirituais e aproximar a humanidade do Senhor, embora não tenha sido um caminho fácil.
Além do sofrimento físico, também enfrentou dúvidas e perseguições daqueles que não compreendiam ou acreditavam em seus estigmas. No entanto, ele suportou tudo com humildade e serenidade, pois confiava plenamente em Deus e na Sua vontade. Chegou a ser afastado das suas atividades, como as Santas Missas e as confissões. Por bastante tempo, passou a viver enclausurado e sofria por não poder conduzir os fiéis, que se revoltavam pela imposição da sua ausência em San Giovani Rotondo.
Em 10 de agosto de 1935, como registra sua biografia, no aniversário de 25 anos do seu sacerdócio, a paz e a rotina de atividades pareciam ter voltado. Contudo, outras batalhas, espirituais e materiais, ainda estavam por vir.
Entre as histórias contadas sobre o frade, há registros de que ele costumava dizer aos seus dirigidos espirituais: “as almas custam sangue”. São Pio se tornou um verdadeiro exemplo de amor e entrega à vontade divina.
A partir da vida de São Pio, que cada filho de Deus possa aprender e encontrar forças para enfrentar as próprias provações com a mesma confiança e perseverança do Sacerdote.
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