Os italianos João Batista Scalabrini e Artêmide Zatti foram canonizados no dia 09 de outubro pelo Papa Francisco, durante o rito de canonização, realizado no Vaticano. Os então beatos foram proclamados santos em um momento especial para a humanidade, onde as atenções se voltam para a necessidade urgente de paz e irmandade entre os povos. Mais de 50 mil pessoas presenciaram a canonização na Praça São Pedro.
Tanto São Scalabrini quanto São Zatti, segundo o Pontífice, são exemplos de migrações e cuidados com as pessoas refugiadas. Enquanto Scalabrini fundou duas Congregações para cuidar de migrantes, Zatti teve que migrar para a Argentina ainda jovem.
Em seu discurso, Francisco ressaltou a importância da Igreja Católica como um instrumento de paz e comunhão entre os povos.
“Ainda hoje, a migração é um desafio muito importante. Ela evidencia a necessidade urgente de colocar a fraternidade antes da rejeição, a solidariedade antes da indiferença. Hoje, cada pessoa batizada é chamada a refletir o olhar de Deus para os irmãos e irmãs migrantes e refugiados; a deixar que seu olhar amplie o nosso olhar, graças ao encontro com a humanidade a caminho, através da proximidade concreta, segundo o exemplo do bispo Scalabrini”, enfatizou o Papa.
Papa Francisco com os peregrinos e migrantes durante a canonização. Foto Vatican Media
A relação de Scalabrini com as migrações é muito intensa, inclusive, o agora Santo é considerado como o Pai dos Migrantes. Ele nasceu em 1839 e em 1863 já era sacerdote. Aos 36 anos foi nomeado bispo de Piacenza.
Decidiu ajudar os migrantes italianos que fugiam do país e, para isso, fundou primeiramente a Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu. Depois, a Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeu e ainda a Sociedade São Rafael, todas para auxiliar migrantes.
Scalabrini faleceu em 1905, aos 61 anos. Papa Francisco, durante a celebração, reforçou o pedido de cuidado aos migrantes, especialmente aos missionários e missionárias das Congregações.
“Por isso, exorto vocês, missionárias e missionários scalabrinianos, a sempre se inspirarem em seu Santo Fundador, pai dos migrantes, de todos os migrantes. Que seu carisma renove em vocês a alegria de estar com os migrantes, de estar a seu serviço, e de fazê-lo com fé, animados pelo Espírito Santo, na convicção de que em cada um deles encontramos o Senhor Jesus. Isso ajuda vocês a terem o estilo de uma gratuidade generosa, a não poupar recursos físicos e econômicos para promover os migrantes de forma integral; e também ajuda vocês a trabalhar na comunhão de propósitos, como uma família, unida na diversidade”.
Artêmide Zatti, também italiano, nasceu em 1880 e, ainda jovem, emigrou com a família para a Argentina. No país latino, trabalhou em uma fábrica e frequentou uma paróquia dirigida por Salesianos. Aos 20 anos entrou para o Seminário e, já como professor leigo, passou a cuidar de um padre que estava com tuberculose. Contraiu a doença e se curou, mas depois do fato passou a dedicar sua vida a cuidar dos enfermos. Se formou ainda como farmacêutico e enfermeiro, trabalhando a vida toda num hospital missionário. Morreu aos 70 anos de câncer.
São Zatti ficou conhecido como “enfermeiro dos pobres”e, ao lado de Zatti, foi chamado pelo Papa de “homens de caridade”.
Padre Ángel Fernández, reitor-mor dos salesianos, Zatti é um modelo de vida consagrada para jovens e caridosos.
“Para nós, é sentir o dom de Deus com um irmão de uma grande simplicidade, muito humilde, um irmão que tinha o sentido da comunidade da fraternidade muito grande, um irmão que antes de tudo era um homem de Deus, um homem de fé, que amava tanto Nossa Senhora, a mãe Auxiliadora. Tudo isso é a realidade do nosso irmão Artêmides Zatti. Eu penso que é um modelo na vida consagrada e também para os jovens que estão buscando um modo de acompanhar a resposta ao Senhor”, disse ao Vatican News.
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