Seguimos acompanhando a equipe de fiéis que está percorrendo de bicicleta o Caminho da Fé. No segundo dia, 58 quilômetros foram cumpridos, no trecho que ligava as cidades de Ouro Fino a Estiva.
Acompanhe o relato do Padre Jean Patrik, nosso correspondente oficial para essa cobertura.
Não tenho outra palavra para expressar o que foi o dia de hoje, a não ser superação. Ontem fizemos aproximadamente 80 km, entretanto, nada se compara ao que vivenciamos hoje. Chegamos a quase 2000 metros de altimetria. Isso fez com que a cada 2 km, mais ou menos, encontrássemos uma serra, uma grande subida. Após cada uma dessas subidas, muitas delas feitas com a bike sendo empurrada, parávamos para descansar, pois o cansaço era demais.
Isso me fez, por várias vezes, pensar em desistir. Não sei se amanhã terei forças para continuar. Na verdade, foi difícil até parar um tempo para descrever esse relato para vocês, pois o cansaço, como eu já disse, foi demais.
Saímos logo cedo, às 6h30, da cidade de Ouro Fino. Fizemos uma foto em frente à Igreja Matriz e depois seguimos viagem rumo à cidade de Inconfidentes. Lá, nos deparamos com uma cena muito simples e contagiante.
Uma pequena cidade onde os alunos estavam na avenida principal ensaiando a marcha para o desfile de Sete de Setembro. Mais à frente, ainda na mesma avenida, observamos as árvores revestidas de um crochê, como se ela tivesse uma espécie de roupa ou tatuagem.
Voltamos para a estrada rural e, após alguns quilômetros, chegamos a um ponto de acolhida para peregrinos. Lá havia uma capela para Nhá Chica. Aí comemos um delicioso pastel com queijo de minas e suco de cana.
A empolgação até esse momento era tanta que os membros do nosso grupo arriscaram até uma dança gaúcha em plena estrada de chão, em uma das paradas.
Seguimos em frente e logo chegamos à outra cidade, Bordas da Mata. Aí compramos um lanche para degustar no caminho, pois corríamos o risco de não encontrar nada em outro lugar.
Daí seguimos para aquele que seria o maior desafio do dia, subir a serra da Porteira do Céu. Foi um dos momentos mais difíceis do dia. A subida é muito íngreme, cheia de poeira e o sol estava intenso.
O que mais destaco deste dia de hoje, além das várias subidas e serras, foi que não perdemos a oportunidade para nos hidratar. Tomamos caldo de cana, suco de morango, água de coco, muita água e até mesmo um pouco de cerveja bem gelada. Isso sem contar a água que havíamos levado em nossas garrafinhas e tivemos que repor algumas vezes.
No início, fizemos poucas paradas até chegarmos aos 30 km. Daí para frente fazíamos parada a cada 2 km, pois o sol era escaldante e as subidas consumiam as nossas forças. Paramos, nos hidratamos, conversamos um pouco, descansamos na sombra e seguimos o caminho.
Passamos por Tocos do Moji em direção a cidade de Estiva, onde chegamos para a pernoite. A pousada fica bem no alto de uma montanha, de cima é possível ver um belo vale é um conjunto de montanhas, a paisagem é linda.
As pernas doem, a panturrilha sofre e, o que mais sentimos, foram as nádegas, que já sofreram por dois dias sobre o banco da bicicleta. Entretanto, fomos presenteados com uma massagem especial na pousada que iremos dormir.
Rezamos a Santa Missa e fomos jantar.
Agora, escrevo este texto pensando em como será o dia de amanhã e se irei prosseguir. Vamos ver como vou amanhecer da dor nas pernas. Temos um carro de apoio que tem nos acompanhado. Caso for necessário, no dia de amanhã irei de van até a próxima parada.
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