Você sabe o que significa cada parte da Santa Missa? Para explicar melhor sobre isso, o IDe+ conta para você semanalmente passo a passo da celebração cristã mais importante. Desde a procissão de entrada e chegando ao significado dos objetos no altar.
Na última semana foi contado como iniciam os Ritos da Palavra durante a Santa Missa. Hoje você aprende mais sobre as leituras, o sermão e o credo.
Terminada a Oração de Coleta, todos se sentam para ouvir a Palavra de Deus. É um momento muito importante e ao qual se deve ter toda atenção e silêncio, pois ali é o próprio Deus que fala ao Seu povo. Com muito zelo e cuidado, elas devem ser proferidas do Ambão, que é o Altar da Palavra. Por isso, o leitor deve ser previamente preparado para aquele momento tão sublime.
Primeira leitura: geralmente um trecho do Antigo Testamento da Bíblia, mas algumas vezes pode ser uma leitura do Apocalipse. Normalmente seu conteúdo prefigura a vinda de Cristo. Ao final dessa leitura a assembleia responde ‘Graças a Deus’.
Salmo: essa palavra vem do latim psalmo, que significa melodia ou música. Cada salmo é uma canção poética que compõe o maior livro da Bíblia. Ele pode ser de louvor, súplica, adoração, lamentação, ação de graças, ou pode ser profético e prefigurar o Messias, Sua vinda, Sua morte, Sua vitória e Sua glória. O salmo deve ser cantado, assim como fizeram nossos antepassados, e a resposta da assembleia é sempre o canto do seu refrão.
Segunda leitura: É comum que seja uma leitura do Novo Testamento, pois sua intenção é relatar os ensinamentos dos apóstolos por meio de suas cartas e escritos para as comunidades cristãs. Ao final dessa leitura a assembleia responde ‘Graças a Deus’.
Aclamação ao Evangelho: não é uma leitura, mas pode ser a recitação de um versículo bíblico relacionado ao Evangelho ou um canto de aclamação que prepare nossos corações para ouvir a Boa-Nova de Jesus. Geralmente sua composição tem como refrão o “aleluia”, palavra que significa louvai ao Senhor. Como o aleluia é uma expressão de alegria, não é usado na Quaresma, Advento, Finados e outros dias específicos, sendo substituído por uma aclamação mais adequada.
Evangelho: é o ápice do diálogo entre Deus e seu povo. Este é o momento de luz no qual se compreende o real significado das outras leituras já proferidas. Sua importância é tanta que normalmente é ladeado com velas acesas enquanto se faz sua leitura, e se houver incenso (aquela fumaça com cheiro), o diácono ou o padre toma o turíbulo (aquele objeto do qual sai a fumaça) para incensar o livro do qual será proclamado o Evangelho do dia.
Terminada a leitura, a assembleia responde ‘Glória a Vós, Senhor’. O sacerdote beija o livro e reza em silêncio. Quando houver bispo, normalmente ele abençoa a multidão com o Evangeliário (livro dos Evangelhos) e nós respondemos fazendo o sinal da cruz em silêncio.
Sim, pois ele faz referência a Cristo que subia ao monte para pregar ao povo (cf. Mateus 5,1). Assim como a multidão que ouvia atentamente a pregação de Jesus, logo após ouvir as leituras, precisamos entender o que Deus quer falar por meio de seus sacerdotes, pois eles receberam essa missão do próprio Cristo (cf. Mateus 28,18-19).
Este sermão dado durante a Santa Missa é chamado de homilia, que significa “conversa familiar” ou “conversa de família”. Ora, nós somos a família de Jesus, como Ele mesmo afirmou: “Todo Aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. ” (cf. Mateus 12,50).
E como o significado sugere, sob a luz do Evangelho e das leituras, a homilia precisa atualizar a mensagem de Deus para aquilo que é concreto no nosso dia a dia, para aquilo que nos é familiar e íntimo. Aqui se encontra um desafio para cada ouvinte, pois tendemos a escutar as palavras que precisamos, mas ainda temos dificuldades em pautar a nossa vida nelas, principalmente nas pequenas coisas. Por isso, depois de cada homilia é recomendado que tire um breve momento de silêncio para refletir sobre a vida.
Você deve ter notado que logo que o padre finaliza a homilia, passados alguns momentos, ele convida a assembleia para rezar o Creio em Deus Pai. Também chamamos essa oração de Credo, ou de Símbolo dos Apóstolos, ou ainda de Símbolo da Fé. Por quê? Porque nessa oração está o resumo de tudo o que acreditamos enquanto católicos. Essa é a fé que recebemos dos apóstolos de Jesus e que a defendemos com a nossa vida.
Observe que, quando o padre nos convida para recitá-lo, costuma pedir o seguinte: “professemos a nossa fé”. Professar significa declarar ou reconhecer algo publicamente. Logo, quando rezamos o Creio, estamos fazendo uma declaração pública de nossa fé, como se faz em um casamento no qual os noivos fazem votos de amor, um juramento público de carinho e fidelidade. Da mesma maneira fazemos para com nossa religião: fazemos votos de amor e fidelidade eterna.
Todavia, se você cumpre seus votos de batizado e é assíduo na frequência a Missa, já deve ter visto uma outra versão do Creio, que parece ser mais longa e com palavras um pouco mais elaboradas. E de fato existem duas. O primeiro, que é aquele que normalmente aprendemos na catequese ou com nossa família, é um Credo que foi formulado no século I depois de Cristo.
Já a outra versão foi elaborada no século IV depois de Cristo. Esta última foi criada para combater muitas heresias que tentavam desvirtuar a fé, e eram tantas que se precisou chamar muitos concílios para discutir determinadas coisas, principalmente o Concílio de Niceia (ano 325) e o Concílio de Constantinopla I (ano 381). Desses dois concílios se originou essa nova versão do Credo, que chamamos de Símbolo Niceno-constantinopolitano. Veja só a diferença entre os dois:
Creio em Deus Pai Todo-poderoso, criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu na Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
“Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos Céus: e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, / para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.”
Não. Ele é rezado somente nas Missas do domingo. Já a segunda versão costuma ser rezado nas grandes solenidades da Igreja.
Conteúdo publicado originalmente no Jornal do Evangelizador
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