Santa Catarina Labouré foi uma freira francesa da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Ela foi abençoada com três aparições de Nossa Senhora e com a revelação da devoção à Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças.
Muito embora a medalha seja muito popular hoje, a santa morreu em completo anonimato e é conhecida como a “santa do silêncio”. Guardou o segredo de ter visto Nossa Senhora por toda a vida e nunca quis reconhecimento pelos seus dons especiais.
O que podemos aprender a partir do exemplo de vida dessa irmã caridosa? Veja a seguir!
A vocação religiosa foi revelada por meio de sinais presentes dentro de um sonho da santa. Ao sonhar com o sacerdote católico francês Vicente de Paulo, logo percebeu que aquilo era um sinal da sua missão religiosa.
Catarina teve sensibilidade para captar os sinais mais delicados de Deus, inclusive aqueles que poderiam passar despercebidos num sonho. Assim como ela, precisamos desenvolver a capacidade de interpretar bem os recados de Deus.
Atualmente, com tanto barulho e caos ao redor, é raro conseguir meditar a respeito dos pequenos sinais de Deus na nossa jornada. Muitas pessoas estão perdidas, pois não conseguem entender o caminho que precisam percorrer, nem a missão que o Pai designou para elas.
Depois de ver Nossa Senhora, ela não teve atitudes impulsivas, nem contou sobre a aparição para as pessoas de modo precipitado. Infelizmente, no mundo de hoje, as pessoas gostam de “contar vantagem”, ostentar e exibir algumas vitórias em atitudes impulsivas que servem somente para a mera satisfação do ego.
Numa sociedade repleta de competitividade e ansiedade, é extraordinário encontrar alguém que prefere meditar acerca das próprias experiências em silêncio. Ocorre que a nossa espiritualidade apenas amadurece quando refletimos com calma e silêncio a respeito das nossas vivências boas e ruins.
A dádiva de ver Nossa Senhora foi tão nobre e maravilhosa que a Irmã Catarina não sentia a necessidade de contar para ninguém. O seu interior estava tão preenchido com a preciosidade daquela bênção que ela não tinha nenhuma ansiedade para suprir qualquer capricho do ego.
Nesse sentido, percebemos que, quando a experiência é verdadeira, o silêncio está presente em vez dos barulhos do orgulho. Todos os santos com dons místicos foram humildes, discretos e silenciosos. Por isso, devemos desconfiar se alguém quer se gabar dos seus próprios méritos. As melhores vitórias acontecem na nossa vida interior e não precisam da aprovação dos outros.
Mesmo sendo uma pessoa humilde e silenciosa, a santa soube tomar as atitudes certas com autoconfiança para propagar a devoção à Medalha Milagrosa. Após refletir com calma sobre as suas vivências místicas, Irmã Catarina decidiu contar sobre as suas visões para o padre que escutava as suas confissões.
Também manifestou a necessidade de propagar a nova devoção e não teve medo de confiar nas suas próprias experiências. A santa mostra que a verdadeira humildade não é menosprezar os próprios méritos, mas guardar os nossos dons com discrição e saber a hora certa de tomar as atitudes. A nobreza da humildade está em saber agir conforme a sabedoria e não de acordo com os caprichos do ego.
Jesus afirmou no Sermão da Montanha (São Mateus 5,8): “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus.”
Ao longo da história, percebemos que Nossa Senhora somente apareceu para pessoas que tinham pureza de coração. Esta parece ser a qualidade mais importante para desenvolver a nossa espiritualidade cristã.
Irmã Catarina sempre teve o coração puro desde criança. Ao perder a mãe ainda na infância, aumentou ainda mais a sua fé em vez de manifestar revolta. Em todo o tempo, foi generosa, gostava de cuidar das outras pessoas e não se importava com os valores mundanos. Os seus valores, continuamente, foram nobres e espirituais desde cedo.
Na época atual, a pureza de coração parece ter sumido, enquanto a sociedade subestima os valores religiosos. As qualidades e as virtudes cristãs têm sido negligenciadas, contudo, ainda existem indivíduos puros de coração. Precisamos saber que um coração puro ainda é o maior tesouro de uma vida e que os valores invertidos do mundo não têm o peso nem a importância que a sociedade declara para as mídias digitais.
Santa Catarina era tão devota de Nossa Senhora que realmente sentia que a Virgem Santíssima era a sua mãe. É claro que a Virgem Maria é a Mãe de Deus e a nossa Mãe, mas poucas pessoas vivem essa verdade no cotidiano e na prática da sua espiritualidade.
Seria bom se todos sentissem o amor materno de Maria em todos os momentos da vida sem duvidar jamais do seu poder de intercessão. Quando Catarina perdeu a sua mãe na infância, passou a sentir que Nossa Senhora seria a sua nova mãe. A pureza do seu coração de criança fez com que ela recebesse a graça de ver Nossa Senhora na vida adulta.
A principal mensagem de Nossa Senhora para Catarina foi a importância de pedir uma graça com fé. A Mãe de Deus apareceu em pé sobre um globo com raios de luz emanando de suas mãos. Raios de luz mais fortes representavam as graças concedidas às pessoas que pediam por elas com fé. Podemos imaginar todas as graças que poderíamos receber se soubéssemos pedir com mais fé e aguardar uma bênção com mais paciência.
O tempo entre as suas visões e a confecção da Medalha Milagrosa foi longo e exigiu paciência da santa. Ela poderia ter desistido de realizar o sonho que Nossa Senhora colocou no seu coração, mas tinha fé, perseverança e confiança nos planos do Pai. A religiosa sabia que era apenas um instrumento de Deus que estava agindo sob o tempo d’Ele.
Não foi fácil convencer o padre que escutava as suas confissões a respeito da veracidade das suas visões e da importância de propagar a Medalha Milagrosa. Contudo, a santa sabia que, de alguma forma, sua missão seria realizada.
Numa sociedade acelerada, agitada e ansiosa, saber caminhar passo por passo na direção certa é um privilégio. Por essa razão, Catarina Labouré é uma santa que pode nos inspirar muito nos dias de hoje. Assim como ela, precisamos ter mais paciência e confiança em Deus.
Santa Catarina Labouré sempre demonstrou generosidade desde a infância. Com o falecimento de sua mãe, passou a cuidar dos irmãos. Durante a sua vida dentro da vocação religiosa, cuidava dos doentes.
Quando sonhou com o sacerdote Vicente de Paulo, santo padroeiro das obras de caridade da Igreja Católica, sentiu ainda mais a necessidade de exercer a caridade.
Como Filha de Caridade, servia num asilo e cuidava de pessoas pobres e doentes em silêncio e total anonimato. A missão de divulgar a Medalha Milagrosa também era baseada na caridade: ela queria que as pessoas se curassem com a intercessão de Nossa Senhora.
Morreu no anonimato, pois ninguém sabia qual era a Irmã de Caridade que tinha visto Nossa Senhora das Graças. O seu silêncio e a sua humildade comprovaram que a sua missão era autêntica e caridosa.
Hoje em dia, vivemos tempos egoístas, infelizmente. Sendo assim, o seu legado de caridade passa a ser ainda mais importante. Que ela nos inspire no caminho da generosidade verdadeira, ou seja, aquela que é feita com total desprendimento.
Santa Catarina Labouré nunca quis ser reconhecida por seus dons nem por sua caridade. Portanto, cumpriu bem a mensagem de Jesus Cristo (São Mateus 6,1-4):
“Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, irá recompensar-te”.
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