Silêncio contemplativo: o que significa?

Silêncio contemplativo: o que significa?

 

Diante dos desafios da vida agitada deste século, o ser humano necessita de respostas rápidas, resultados imediatos, dentre outros compromissos que a vida normalmente nos impõe. 

Em alguns momentos, no entanto, há necessidade de silenciar-se e, assim, encontrar tempo para conectar-se com Deus. Ao fazer isso, é possível escutar o que Ele tem a dizer através dos sinais, apontando caminhos para escutá-lo e ir ao encontro do próximo.

Torna-se importante compreender o significado do “Silêncio contemplativo”. Segundo Dietrich Bonhoeffer (1982, p. 23), ele significa:

 […] sozinho podemos ficar somente se estivermos na comunhão. Só na comunhão aprendemos a estar sozinhos no sentido correto; e somente na solidão aprendemos a viver de modo correto na comunhão. Uma coisa não precede à outra; ambas começam ao mesmo tempo, a saber, com o chamamento de Jesus Cristo. […]. Quem não suporta a solidão, que tome cuidado da comunhão. Quem não se encontra na comunhão, que tome cuidado da solidão.

Compreendemos que viver o silêncio é colocar-se em conexão com Deus. Além disso, é também proporcionar o momento em que se pode suplicar, conversar e calar-se para permitir que Deus se comunique conosco.

 

Como viver o silêncio contemplativo? 

É necessário esvaziar-se para que o “vazio” seja preenchido com a paz e o amor de Deus, imitando a kenosis divina. A partir dessa conexão, verifica-se a necessidade do recolhimento e do silêncio para esse tempo de oração

Para essa intimidade de experiência e diálogo com Deus é importante: “disposição interior, disciplina e organização” (VASCONCELOS, 2018 p.29). 

Mas nem sempre é fácil encontrar este momento tão nobre. Em casa, no trabalho, no templo religioso, podemos deixar-se conduzir pelos ruídos, internos ou externos. Muitas vezes, a própria dinâmica dentro desses ambientes impede de ter um momento para a oração silenciosa e contemplativa com Deus e em Deus: 

“Não hesitemos em privilegiar a oração silenciosa diária na solidão de nosso quarto […] Podemos nos tornar verdadeiros contemplativos vivendo em Paz com Deus se nossas casas se tornarem templos de Deus” (SARAH, 2017, p. 88). 

 

Escolha um lugar para praticar

Por ser difícil ter esse silêncio, a dica é ter um local para proporcionar esse momento:

[…]. Deveria haver pelo menos um quarto, ou algum canto, onde ninguém pudesse nos encontrar, perturbar ou perceber nossa presença. “Tu, porém, quando orares entra em teu quarto e, fechando sua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo (Mt 6:6), uma vez encontrando um lugar assim, fiquemos satisfeitos com ele e não nos perturbemos se algum motivo sério nos obrigar a deixa-lo[…] (MERTON, 2017, p. 84).

O silêncio contemplativo mostra-se como experiência fundamental na promoção do encontro de Deus e também ao autoconhecimento. 

Desmistificando o que alguns podem pensar, essa experiência não se restringe somente aos templos, no deserto, aos mosteiros, mas é possível experienciar em nossa casa, contribuindo ao nosso dia a dia e promovendo o encontro com Deus. 

Devemos oferecer não só a atenção, mas os ouvidos para uma escuta sensível e profunda com Deus. Jesus, mesmo cansado, à noite se recolhia em silêncio para conversar com o Pai em profunda solidão (Cf. Lc 6, 12).

Na oração convive o silêncio reverente, assim diz o Papa:

“Embora o Senhor nos fale de muitos e variados modos durante o nosso trabalho, através dos outros e a todo o momento, não é possível prescindido silêncio da oração prolongada para perceber melhor aquela linguagem, para interpretar o significado real das inspirações que julgamos ter recebido, para acalmar ansiedades e recompor o conjunto da própria vida à luz de Deus. Assim, podemos permitir o nascimento daquela nova síntese que brota da vida iluminada pelo Espírito (GAUDETE EXSULTATE 171).

O texto de hoje nos remete a reflexão da necessidade de se aprofundar mais sobre o tema proposto, sua necessidade e viabilidade do silêncio contemplativo como ascese ao encontro com Deus.

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Comentários

  • Paulo Roberto Pacheco
    Obrigado pelos comentários. O Silêncio interno é inspirador e nos conecta com Deus. Deus os abençoe! Diácono Paulo
  • Omar
    Excelente, comecei a praticar e já me sinto mais leve
  • Debora
    Conteúdo muito instrutivo e inspirador!
  • Tatyana Casarino
    Muito bom! Eu sinto muita necessidade de silêncio, porque é ele que me inspira e me renova.

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