Silvio Santos e o seu legado para a comunicação

Algumas pessoas utilizam os dons recebidos de Deus para transformar a realidade ao seu redor. Este é o caso de Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos. Filho de pais refugiados que vieram para o Brasil na década de 1920, começou a empreender muito jovem. Foi camelô, radialista, apresentador de TV e empresário. Quem o conheceu conta que era um trabalhador incansável, negociador habilidoso, um comunicador carismático e pioneiro. Muito apegado à família, também tinha como marca o bom humor. 

No mundo da comunicação, construiu uma rede de canais de TV, chamada SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Sua marca registrada foram os programas de auditório, que transformaram os domingos no dia de reunião da família brasileira em em frente à TV. Numa época em que não havia internet, nem redes sociais, tampouco o comércio abria aos domingos, a programação do Silvio Santos tornou-se uma forma de entretenimento acessível à maioria da população.

Programas divertidos, engraçados, tocantes, com competições, brincadeiras e, acima de tudo, muito populares, fizeram com que as pessoas comuns se enxergassem representadas na TV.  Silvio Santos ia para o meio da plateia, chamava quem estava presente no auditório de “colegas de trabalho” e não tinha medo de se expor, de errar e de rir de si. Brincava consigo, criou bordões próprios, tinha trejeitos característicos e seu timbre de voz, como sua risada eram inconfundíveis. 

Caravanas de todo o país se dirigiam aos estúdios do SBT para participar. O comunicador as recebia com carinho e respeito. Ele entendia a diversidade do Brasil , deu voz e cativou telespectadores. Sempre muito atento a detalhes, era exigente na qualidade de seu trabalho e de quem fazia os programas da emissora. Prestava atenção nas pessoas e sua grande alegria vinha de ver o público se divertindo. 

Diversos apresentadores e artistas se inspiraram e foram influenciados por Silvio Santos. Sua personalidade e a forma como conduzia os programas fizeram escola. E ele ainda tinha a capacidade de identificar novos talentos para a comunicação. Convidou muitos para trabalhar mais perto e os desenvolveu. Silvio os orientava, dava dicas, sugeria melhorias.

Com sua partida para junto do Pai no sábado (17), aos 93 anos, deixa uma história de resiliência e uma herança para todos que atuam na comunicação: trabalho árduo, conhecimento de quem o assiste e acompanha, parceria, interatividade e inovação. De forma autêntica e com o propósito de entregar para seu público o seu melhor.