A transformação acelerada do mercado de trabalho, impulsionada pela inteligência artificial (IA), traz à tona a valorização de habilidades humanas que nenhuma máquina pode substituir. As chamadas “soft skills” – como comunicação empática, inteligência emocional e pensamento crítico – estão em alta, e a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) também traz necessidades que precisam ser consideradas pelas empresas.
Para entender melhor esse cenário, conversamos com a psicóloga Jordana Feltrin, fundadora da Klasse Consultoria, que apontou as habilidades mais valorizadas atualmente e como podem ser desenvolvidas de maneira consistente e atualizada.
“Os profissionais estão começando a perceber que, para se manterem relevantes diante da IA, precisam desenvolver sua capacidade humana. Ao mesmo tempo, empresas mais inovadoras estão ajustando seus processos de seleção e cultura interna para valorizar comportamentos que favorecem a convivência entre pessoas e máquinas. É uma via de mão dupla: a tecnologia exige novas atitudes, e as atitudes certas potencializam o uso da tecnologia”, explica Jordana.
Psicóloga Jordana Feltrin, da Klasse Consultoria./Foto: arquivo pessoal
A especialista destaca que enquanto a IA domina tarefas técnicas, operacionais e analíticas, o diferencial passa a estar em competências como:
• Comunicação empática;
• Inteligência emocional;
• Criatividade;
• Pensamento crítico;
• Colaboração;
• Escuta ativa;
• Capacidade de adaptação;
• Aprendizado contínuo.
Ao falar sobre o mercado de trabalho neste momento, uma informação importante a ser considerada é que, a partir de 26 de maio de 2025, entra em vigor a atualização da NR-1, a qual determina que todas as empresas brasileiras passem a avaliar e gerenciar os riscos psicossociais no ambiente profissional.
A NR-1 é a principal norma regulamentadora do Brasil, define as diretrizes gerais de segurança e saúde no trabalho (SST) e se aplica a todas as empresas que empregam trabalhadores pelo regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
A nova atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) estabelece que, a partir de 26 de maio de 2025, todas as empresas brasileiras devem avaliar e gerenciar os riscos psicossociais no ambiente laboral. Isso inclui aspectos como sobrecarga, pressão excessiva, falta de autonomia e conflitos interpessoais.
“Algumas das ações que as empresas precisam considerar de forma estruturada vão além do cumprimento de normas — elas tocam diretamente na qualidade das relações humanas no ambiente de trabalho”, esclarece Jordana.
É essencial que as empresas considerem o impacto dos riscos psicossociais no bem-estar dos trabalhadores. Entre as medidas que podem ser adotadas, a especialista cita:
– Realizar diagnósticos e pesquisas de clima não apenas para coletar dados, mas para ouvir de verdade o que as pessoas sentem, pensam e precisam.
– Capacitar lideranças para que sejam mais empáticas, abertas ao diálogo e preparadas para lidar com temas emocionais com sensibilidade e acolhimento.
– Criar canais de apoio e ações preventivas que estimulem a confiança, a escuta ativa e o cuidado mútuo.
– Revisar práticas e políticas internas para que promovam não só produtividade, mas também respeito, conexão e bem-estar nas relações do dia a dia.
“Essa mudança reforça a importância de uma gestão mais humana, transparente e atenta ao bem-estar emocional das equipes. Mais do que uma obrigação legal, é um passo fundamental para ambientes de trabalho mais sustentáveis — e times mais engajados”, finaliza.
O mês de abril é dedicado ao Movimento Abril Verde, que tem como objetivo informar e conscientizar os empregadores, trabalhadores e toda a população sobre a adoção de ações de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Segundo especialistas, investir em iniciativas e na cultura de prevenção de SST pode transformar o ambiente laboral em mais seguro, saudável e produtivo.
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