Quem não lembra de, pelo menos uma vez em sua vida, ter tido uma noite mal dormida ou um despertar assustado em virtude de um pesadelo? Quantas vezes acordamos e, rapidamente, lembramos de ter sonhado durante a noite? Sonhos são mais comuns do que imaginamos e suas leituras compõem vertentes filosóficas, românticas e artísticas há milhares de anos.
Considerado um universo complexo, a ciência se debruça nessa temática há muitos anos. Com estudos científicos, a medicina permite afirmar hoje alguns pontos relacionados aos sonhos e pesadelos, tais como o porquê sonhamos e quando os sonhos e a qualidade do nosso sono podem sinalizar algo sobre nossa saúde.
Uma das constatações da ciência sobre isso é que nós sonhamos todas as noites, em todas as idades. De acordo com a neurologista especializada em neurofisiologia clínica e membro da Associação Brasileira do Sono, Rosana Cardoso Alves, a maioria dos nossos sonhos ocorre durante uma fase específica do descanso noturno, chamada fase REM (do inglês rapid eye movement). Nesse momento, estamos em sono profundo, com movimento rápido dos olhos. Mas, vale destacar que, embora com menos frequência, também sonhamos durante o sono de ondas mais lentas.
Segundo a neurologista, quando estamos na fase REM, os músculos de nosso corpo entram em um relaxamento completo para garantir nossa segurança e proteção, evitando que façamos movimentos ou tenhamos comportamentos de risco enquanto dormimos.
Bem mais comuns do que imaginamos, a ciência pondera que é possível identificar uma narrativa cíclica nos sonhos e, por isso, sonhamos todas as noites. Isso mesmo, todas as noites. E, embora nesse momento você esteja se perguntando: “como é possível que eu sonhe todas as noites? Eu me lembraria se sonhasse com tanta frequência”, a ciência tem uma resposta para isso.
Pesquisas já apontaram que temos de cinco a seis ciclos de sono e, cada um deles, passa pelas fases 1, 2, 3 e REM. Como já apresentado, na fase REM, temos pelo menos um sonho, ou seja, todas as noites, temos cerca de cinco a seis sonhos. Mas, lembrar-se apenas às vezes desses sonhos é um processo natural, segundo a ciência. A neurologista Rosana aponta que podemos lembrar do sonho quando despertamos no meio do sonho em si ou ainda nos primeiros 10 ou 15 minutos após seu término.
Do ponto de vista da fé, embora os sonhos sejam naturais, eles são, sim, ricas oportunidades de Deus falar conosco e de enviar profecias. Neste post, por exemplo, você pode ler sobre Como saber se um sonho vem de Deus. O livro sagrado também fala sobre pesadelos. “Eu tive um pesadelo terrível” disse Nabucodonosor “e não consigo me lembrar dele. Contem-me o meu sonho porque eu tenho medo de que alguma coisa muito ruim me aconteça”. (Daniel 2,3).
A passagem bíblica sinaliza a visão angustiada de Nabucodonosor por não se recordar de seu pesadelo e, a partir disso, um grande receio de que algo desagradável ou perigoso possa acontecer. Ele pede para que consiga recordar, tendo em vista que considera o pesadelo um aviso e quer se prevenir algo de ruim que poderia acontecer.
Essa compreensão se ampara em registros nos quais o Senhor manifesta sua presença em sonhos. Na Bíblia, diversas passagens citam interpretação de sonhos em que profecias foram anunciadas e, depois, se confirmaram.
“Ouvi bem – disse ele – o que vou dizer: Se há entre vós um profeta, eu lhe aparecerei em visão; eu, o Senhor, é em sonho que lhe falarei (Números 12,6)”.
Mas, é importante destacar que, nem sempre, podemos considerar sinais de Deus, tudo aquilo que lembramos ou vemos em sonho.
“Irei contra os profetas de sonhos enganadores que, ao narrá-los, ludibriam com mentiras e fatuidade o meu povo, quando nem missão lhes outorguei, nem mandato algum, e de nenhuma valia são para esse povo – oráculo do Senhor (Jeremias 23,32)”.
Já vimos que sonhos são naturais e, por isso, não podemos evitá-los. Do ponto de vista da ciência, os sonhos são, em sua maioria, ligados a acontecimentos do nosso dia a dia. Quando possuem conteúdos desagradáveis, considerados pesadelos, sinalizam que passamos o dia ansiosos ou preocupados e, esses pensamentos negativos, resultam em instabilidade no sono. Consumir conteúdos pesados ou com imagens de muita violência, também pode colaborar para ocorrência de pesadelos, além de grandes traumas, que resultam em estresse pós-traumático. Ou seja, pesadelos podem ser sinais de estresse e pouco descanso. É preciso ficar atento.
Já quando dormimos bem e com qualidade em nosso sono, segundo a ciência, acabamos sonhando, mas, podemos não nos recordar totalmente deles. Dessa forma, é interessante se autoavaliar para cuidar da sua rotina de descanso e alimentação.
Analisando sob a perspectiva da fé, os sonhos podem ser inspirados por Deus e, cada um de nós, pode receber a visita do Espírito Santo, conforme nossa necessidade de conversão. Mas, devemos ter humildade, pedindo discernimento e sabedoria para compreender o que é voz de Deus, voz humana ou mundana. Por isso, a oração diária, a leitura bíblica e a força da fé são os componentes que precisamos para ver aquilo que o Senhor quer nos mostrar.
Que tal ler mais sobre esse assunto? Quando Deus falou por meio de sonhos: histórias da Bíblia.
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