O matrimônio foi instituído por Jesus Cristo. Ele é um sinal que eleva a união entre marido e mulher. “Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”. (Mt 19,6). Mesmo assim, alguns casais católicos não receberam esse Sacramento e são casados apenas no civil, por exemplo. E aí vem a pergunta: se sou casado apenas no civil, posso participar da Santa Missa, pastorais e demais atividades da Igreja? Posso comungar?
O teólogo e supervisor de orientação espiritual da Obra Evangelizar É Preciso, Paulo Pacheco, responde essa questão. Para ele, o cristão que não recebeu o Sacramento do matrimônio não só pode, como deve participar da Santa Missa e da vida ativa na comunidade.
“Os casais que, por algum motivo, vivem nesse contexto, seja por questão financeira, seja por haver a recusa de um dos cônjuges, devem procurar o Padre e contextualizar o momento que estão passando. Nessa conversa, dizer que, apesar da situação em que se encontram (sem o Sacramento do matrimônio), gostariam de trabalhar em alguma pastoral ou participar da Igreja”, explica.
A partir dessa conversa, o Padre irá avaliar uma participação ativa na comunidade. Ou seja, mesmo sem o Sacramento, é possível participar de algumas ações, como pastorais, mas desde que isso não seja motivo de contradição e escândalo.
“Por exemplo, não é adequado um casal sem o Sacramento do matrimônio compor a Pastoral da Catequese. O mesmo ocorre com o Sacramento da Eucaristia. Para receber dignamente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, não se pode estar em pecado grave. Nesses casos, a Igreja Católica recomenda que seja feita a Comunhão espiritual”, completa Paulo.
São João Paulo II disse: “Não se considerem separados da Igreja, podendo e devendo, enquanto batizados, participar na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança“.
A citação explica a importância da inclusão de todos os cristãos na vida em comunidade. Mesmo diante de empecilhos que impeçam o matrimônio, por exemplo, viver em comunidade na igreja é necessário para também compreender a importância desse sacramento. Ao participar ativamente e compreender melhor os ensinamentos, o casal poderá ter mais orientação e direcionamento para o matrimônio. “Viver maritalmente sem o Sacramento do Matrimônio constitui em pecado grave contra a castidade, pois o casal só pode manter relações sexuais após este Sacramento”, diz Paulo Pacheco.
Como afirma o diretor espiritual, a Igreja enfatiza que o matrimônio é importante para os fiéis, visto que os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes de graça, instituídos por Jesus Cristo para nos santificar.
“Infelizmente, muitos casais que contraem o Sacramento do Matrimônio desconhecem ou mesmo não dão o devido valor, tornando-o mais como uma espécie de ritual, que se sonha realizar pela beleza de sua cerimônia, mas que não permitem vivenciá-lo através das Graças que este ato proporciona”, diz.
Ao contrário disso, a vocação do matrimônio é um desejo de Deus, já feito desde a Criação, como exposto em Gênesis 2,18: “Não é bom que o homem esteja só”. Outro exemplo bíblico da importância da vocação matrimonial está no primeiro milagre de Jesus, durante as bodas de Canãa. Durante a pregação das bodas, Jesus ensinou de forma muito direta o sentido da união do homem e da mulher.
“Através dessa passagem tão significativa das Escrituras Sagradas, a Igreja atribui a grande importância da presença de Jesus nas núpcias. Valida nela a certeza de que o matrimônio é uma realidade boa, que nos aproxima do Amor e da Graça de Deus. E também nos convida, por meio dos Sacramentos, a uma vida Santa. Portanto, queridos leitores, o Sacramento do Matrimônio é, sem dúvida, um sinal e um convite para seguirmos a vocação da família e do amor que se inicia com o “Sim” expresso pelos noivos”, finaliza Paulo Pacheco.
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