Thiago Brado tem se destacado no mundo da música cristã. Um de seus grandes sucessos, “Minha Essência”, sempre emociona os fiéis. Ele é cantor, compositor e escritor. Começou a se interessar por música na adolescência, passou a estudar guitarra e ter aulas de canto. Conheceu a Renovação Carismática Católica, integrou-se a grupos de oração e a partir daí seguiu uma carreira musical dedicada à glória de Deus. Faz shows por todo Brasil, seus vídeos no YouTube têm milhares de visualizações e seu canal tem mais de 1 milhão de inscritos.
Em conversa com o IDe+, Thiago Brado confessa que parece contraditório, mas tem uma certa dificuldade em compor. Por isso, quando decide fazê-lo, tem que pegar o violão e “deixar sair”. Ele defende que cada compositor tem um estilo, um jeito, um caminho no seu processo criativo.
No caso de Brado, gosta de compor a letra e a música ao mesmo tempo. Como ocorreu com “Minha essência”, por exemplo, que nasceu em dez minutos – letra e música exatamente do jeito que são hoje. O músico afirma que não consegue criar uma melodia e depois acrescentar uma letra. E justifica que, dessa forma, sente que é mais verdadeiro, fica mais à vontade. Para o cantor, a música é uma experiência. Ao gravar uma composição própria, sabe como nasceu e vivencia melhor a experiência que ela proporciona.
Para Thiago Brado, o principal, o que não pode faltar numa composição, é a intenção. Por que que ela nasceu? Nasceu para levar a pessoa a uma oração? Então, tem que ser uma música que tenha um espírito de oração. Assim, considera a letra fundamental, porque é a mensagem da música.
“Seja católica ou não, a música tem que passar o que você quer, né”, declara Thiago.
Sob seu ponto de vista, não é necessário segmentar em música católica ou música secular. O que muda são os estilos, as intenções e as letras. Cada canção fala por si.
“Tem música sertaneja, raiz, que é linda. Tem música pop, que é linda. Minha referência da vida inteira é rock do anos 80, internacional… Não sou roqueiro, mas acho que eu até canto como rock por causa da referência. E eu componho como rock. Eu não sabia disso. Só que rock anos 80, que é o rock melody, aquele mais chorado”, expõe o artista.
Na música católica, considera-se fã de Eugenio Jorge, Walmir Alencar, Guilherme de Sá (ex-vocalista do Rosa de Saron), André Leite, mas afirma que tem muita gente talentosa, ou pelas composições ou pela técnica vocal. Ele também cita o Padre Fábio de Melo pelo carisma e o Padre Reginaldo Manzotti pela verdade ao se apresentar.
Porém, alerta para o que considera um problema, que é quando o compositor busca o resultado antes mesmo de terminar o trabalho. Às vezes, nem termina de gravar uma canção, já pensa no que ela vai dar de resultado, se vai dar view, se vai tocar nos streamings, nas plataformas, no rádio.
“O que falaria para quem está começando a compor? Ouça o coração, componha. Essa música te tocou? Nasceu sua canção, acredita nela e é o suficiente. Mas deixa ela nascer primeiro. O que vai acontecer depois é só um detalhe, não depende da gente”, afirma.
Thiago Brado entende que vale a pena se concentrar no nascimento do projeto, na verdade da canção, na intenção, para garantir a qualidade do trabalho.
Quando o assunto é o seu repertório, o cantor conta a história de um fato marcante: no Sul de Portugal, em 2014, enquanto se presentava, observou dois homens que estavam distantes e começaram a andar um em direção ao outro. Então, abraçaram-se e choraram. Os dois eram irmãos e fazia 25 anos que não se falavam. Ao ouvirem Thiago cantar “Verdades do Tempo”, ambos se perdoaram e se reconciliaram. Outra história em relação ao seu trabalho é a de um homem que deixou o tráfico de drogas e mudou de vida depois que ouviu uma de suas canções.
Ao refletir sobre inteligência artificial na criação de canções, conta que não se sente confortável em usar, justamente por não ser a sua verdade. Porém, acha que este tipo de ferramenta será utilizada. Entretanto, considera que a originalidade pode ser perdida, pois não terá surgido por inspiração. E questiona sobre quem será o real compositor. Contudo, entende que o uso de inteligência artificial é útil em alguns processos na finalização do trabalho.
Em relação a inovações na música católica, como o uso de elementos eletrônicos, por exemplo, considera que há os mais conservadores, que preferem arranjos mais clássicos e tradicionais, mas existe um público mais jovem que gostaria de ouvir um som mais moderno e pop.
As inscrições para o Festival VEM – Voz, Evangelização e Música de 2023 estão abertas até o dia 30 de junho. Aproveite as dicas de Thiago Brado e se inscreva também.
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