Traição: por quê, como, quando, com quem?

Traição: por quê, como, quando, com quem?

Traição. Uma das palavras com significado mais amargo. Seja no casamento, seja na amizade, seja no trabalho. Como dói ser traído, não é mesmo? E o principal motivo é que normalmente ela vem de quem menos se espera, pois só nos magoamos com quem nos importamos de verdade.

O psicólogo Akim Neto explica que são muitos os motivos que levam alguém a trair e que a traição é interpretada de maneira diferente, de acordo com os princípios dos envolvidos e seus valores sobre a vida. Algumas perguntas sempre surgem quando o tema é traição.

Organizamos as principais e suas respostas, de acordo com o ponto de vista do profissional.

Por que as pessoas traem?

São muitos os motivos. Às vezes, a pessoa está insatisfeita e resolve trair. Não gostou de alguma coisa que a pessoa fez a ela e resolve trair. Às vezes, tem a ver com os seus próprios valores, que podem não ter base sólida em pontos como lealdade e fidelidade.

Em geral, tem ligação com a relação ou com a índole da pessoa. Sempre que se fala em traição é preciso ter em mente os valores de quem foi traído e de quem está traindo. Como as pessoas são diferentes, fatores externos têm impactos diferentes em suas vidas.

A partir da visão de que a traição envolve um sistema de valores por trás, dependendo dos que a pessoa possui, alguns comportamentos vão ser encarados ou não como traição. Por exemplo: você conta uma coisa da sua vida a alguém e ela conta para outra pessoa.

Dependendo dos seus valores, isso pode ser considerado uma traição. Mas há pessoas que não vão dar tanta importância ao ato e achar que foi um simples ato de conversas que surgiram.

Porém, na visão espiritual, assim está em Eclesiástico (27,17-20):

“Quem revela o segredo de um amigo perde a sua confiança e não mais achará amigos que lhe convenham. Ama o teu próximo e sê fiel na amizade com ele. Se desvendares seus segredos, em vão correrás atrás dele, pois, como homem que mata seu amigo, assim é o que destrói a amizade do próximo”.

As pessoas que estão em relações conjugais e traem sua esposa ou seu marido devem ter consciência também do mal que podem fazer aos filhos, caso os tenham.

Aqueles que têm uma imagem de honestidade e fidelidade nos laços dos pais podem também se decepcionar e se sentirem traídos, o que traz sérias consequências à criação dos filhos, que deve ser baseada no respeito, confiança e inspiração.

Quem comete também sofre?

De acordo com Aquim Neto, se a base da relação é uma mentira, quem mente e trai costuma ficar desconfiado da outra pessoa, imaginando que “se eu faço ele ou ela também deve fazer.

Por isso, às vezes, é possível que uma pessoa muito ciumenta tenha esse comportamento porque ao ser alguém que trai, espera o mesmo do outro”, explica.

A forma

A forma pela qual a traição é descoberta influencia na possibilidade do perdão. Quando alguém conta que cometeu uma traição, segundo o psicólogo Aquim Neto, isso demonstra que a pessoa está arrependida ou gostaria de resolver o erro de alguma maneira.

Mas se quem foi traído fica sabendo, por exemplo, ao mexer no celular do outro pode se sentir traído duas vezes: pelo ato e pela mentira ou omissão.

É possível perdoar uma traição?

Sim, é possível. E para isso, de acordo com o psicólogo, é preciso também observar o que veio antes, se perguntar o que levou a cometer o ato. Na maioria das vezes, não adianta tratar apenas como um erro isolado que não se repetirá, é preciso que o casal reflita sobre como anda a relação, o que está dando certo, o que está errado.

Para o perdão acontecer, é preciso que quem traiu reconheça que errou, se arrependa disso e se comprometa a não fazer mais.

A tentação espiritual

Como explicou o psicólogo Akim Neto, há diversas visões sobre a traição e motivos que levam a esse comportamento. Porém, vale lembrar que há um fator muito perigoso e que leva a diversos males: o Tentador, o Inimigo, que está sempre alerta e ganha força em momentos de fragilidade do casal para influenciar no caminho da infidelidade.

Ele se apresenta em frases de colegas que dizem “vai lá, uma vez só não tem problema” ou “um romance passageiro não traz consequências”.

Padre Reginaldo Manzotti explica que muitos caem nesse tipo de influência por vaidade, carência, frustração, necessidade de autoafirmação, entre outras inclinações pessoais, além das questões enfrentadas na vida conjugal.

Mas para todos esses males, vale se basear no amor, na empatia. Não fazer com o outro o que não gostaria que fosse feito com você.

Fontes: Evangeliza Show 16.2.2014 | Combate Espiritual no Dia a Dia

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