Um dia também serei idoso, como quero ser tratado?

Um dia também serei idoso, como quero ser tratado?

“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá”. (Êxodo 20,12)

Venho trazer à reflexão um tema muito recorrente no setor de Aconselhamento Espiritual da Associação Evangelizar É Preciso, que é o cuidado e atenção com os idosos. Para se ter uma ideia, aproximadamente 38% das abordagens que recebemos são de pessoas acima de 60 anos. Os temas são bastante variados, mas um chama atenção: a solidão e consequentemente os transtornos que advêm dessa condição.

Inúmeros idosos telefonam simplesmente para ter com quem falar. Residem com seus familiares, mas se sentem isolados. Infelizmente, também não são incomuns as violências psicológicas, emocionais e até mesmo físicas às quais são submetidos.

Esse tema me interessou ao ler um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que mostra que mais de 60% dos casos de violências contra os idosos ocorrem nos próprios lares. O que nos diz o texto a seguir:

“Quanto à natureza, as principais expressões da violência são: física, psicológica, sexual, econômico-financeira-patrimonial, negligência e autonegligência. As denúncias feitas pelo Disque 100 indicam que a violência psicológica tem percentual mais alto que a violência física. Entre as queixas feitas pelos idosos, ela ressalta a perda de autonomia e o abandono. “Fizemos um estudo sobre suicídios de pessoas idosas e o fator preponderante é o isolamento, que leva a depressão. Depressão é uma consequência de uma situação anterior de abandono”.

O nosso país está envelhecendo. Mais de 11% da população no Brasil estão acima dos 65 anos. Estamos falando de mais de 22 milhões de habitantes, de acordo com estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A Igreja Católica tem especial atenção ao tema, inclusive existe a Pastoral da Pessoa Idosa, que está completando 20 anos. O Papa Francisco, uma pessoa idosa, em uma de suas catequeses disse:

“Como é bonito o encorajamento que o idoso consegue transmitir ao jovem em busca do sentido da fé e da vida!”

Com essas palavras do Papa, ele incentiva a necessidade do cuidado, por meio do respeito, do carinho, da escuta, que dê aos nossos idosos uma qualidade de vida, para que não se sintam sozinhos mesmo vivendo em família.

Esse é um grande desafio, ensinar às novas gerações a necessidade do olhar compassivo, e atitudes de amor para quem já venceu grandes batalhas e hoje anseia por carinho e proteção.

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Comentários

  • Diácono Paulo Pacheco
    André, muito obrigado por sua contribuição. Seu comentário é como sempre muito pertinente, conhecendo o seu trabalho e o cuidado com os mais vulneráveis. Um forte abraço.
  • André Luiz Villas Bôas e Silva
    A reflexão proposta pelo Amigo e Diácono Paulo Pacheco traz à tona um tema de enorme relevância, que vai muito além do âmbito espiritual: o cuidado e a dignidade no tratamento dos idosos. Em um momento em que nossa população está envelhecendo rapidamente, como mostram os dados do IBGE, a discussão sobre o isolamento, a violência e a falta de atenção às necessidades emocionais dessa parcela da população é mais urgente do que nunca. A mensagem do Papa Francisco, destacada no texto, reforça a importância do respeito, do carinho e da escuta para com os idosos. É um chamado não apenas para a Igreja, mas para toda a sociedade: valorizar a sabedoria e a experiência acumuladas por quem já percorreu tantas jornadas. Afinal, cuidar bem dos idosos hoje é construir um futuro mais humano e compassivo para todos nós. Como executivo no setor da saúde, acredito que a tecnologia também pode desempenhar um papel transformador nesse contexto. Soluções como monitoramento remoto, cuidados domiciliares e plataformas que promovem a interação social podem ser ferramentas poderosas para reduzir o isolamento e melhorar a qualidade de vida dos idosos. No entanto, a tecnologia sozinha não basta; ela precisa ser acompanhada de empatia, presença e ação. O artigo do Diácono Paulo é um convite para refletirmos sobre o que estamos fazendo hoje para garantir que nossos idosos sejam tratados com o respeito e a dignidade que todos desejamos ter quando estivermos nessa fase da vida. Parabéns e obrigado! — André Luiz Villas Bôas e Silva

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