“Confesso que ao chegar tão perto como está agora, já dá um certo friozinho na barriga, com a aproximação desse momento tão esperado”. A frase que revela toda uma expectativa é de uma personalidade conhecida pelos leitores do IDe+.
Teólogo e supervisor do setor de aconselhamento da Associação Evangelizar É Preciso desde janeiro de 2022, Paulo Pacheco teve a sua ordenação ao Diaconato Permanente confirmada em pleno mês de agosto, que é dedicado a orações, com reflexões e olhares voltados para as vocações.
Diácono é o título dado ao primeiro grau da Ordem do Sacramento, pertencente à Igreja Católica, e não deixa de ser sinônimo de vocação. Isso porque está encarregado de executar o “serviço do ministério de Deus”. Deixa de ser um leigo e passa a pertencer ao grupo do clero. Paulo Pacheco, que também é colunista e colaborador frequente do IDe+ e participa do programa “A hora do Associado” na Rádio Evangelizar, com Fabiana Wantuchi, apesar da ansiedade, está pronto para ser um deles.
O teólogo conta que, ao todo, foi um processo de oito anos de preparação, desde o primeiro propedêutico, que aconteceu em 2015. A caminhada, entretanto, foi cheia de desafios. Começou pelo fato de que não era católico “de berço”, expressão usada pelo próprio Paulo.
“Na verdade, eu redescobri a religião, e digo redescobri, pois fui batizado, fiz o Sacramento da Eucaristia, mas nunca estive presente na vida da Igreja, nunca estive presente com Deus”, revela ele, que enxerga claramente uma conexão entre esse fato e o que diz Jó 3,8: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.
O futuro diácono lembra que um momento decisivo nesse reencontro foi o batismo da filha, quando acredita ter sido chamado – de modo “tão forte quanto belo”. A partir daquele dia, decidiu ir às missas aos domingos e se reconectar.
“Aos poucos, fui sendo transformado interiormente e por volta de 2015 senti que precisava me aprofundar nesse mistério, mas não sabia como. Alguns achavam que era cedo para isso, mas o Padre Antônio Nazarko me acolheu e me indicou para que eu fizesse a formação diaconal”, detalha Paulo.
Foi nesse momento, acrescenta, que decidiu fazer Teologia na PUC de São Paulo e firmou raízes na cidade. Em 2018, porém, veio um novo desafio: ficou desempregado e aceitou a sugestão de uma cunhada de mudar-se para Curitiba.
Ele e a família fizeram a mudança para a capital paranaense e Paulo se apresentou à Paróquia Santa Cândida, onde foi acolhido pela comunidade e pelo Padre André Marmilicz, que o indicou para continuar a formação diaconal no novo endereço. Os estudos avançaram no Instituto Discípulos de Emaús (IDE) e a graduação em Teologia veio em 2022 para completar sua formação.
Paulo Pacheco será ordenado Diácono Permanente em missa em ação de graças marcada para as 15 horas do dia 8 de outubro, com oração consecratória do Arcebispo de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo, no Santuário Divina Misericórdia, que fica no bairro de Umbará, na região sul da cidade.
“Sei que não é o fim de tudo, ao contrário, é o início de uma nova missão, agora como Ministro Ordenado”, afirma ele que se soma às centenas de diáconos do país.
Atualmente, 4.695 diáconos são filiados à Comissão Nacional dos Diáconos (CND) no Brasil. Nas palavras do Papa Francisco, “o diácono é o guarda do serviço na Igreja”. “Vós sois os guardas do serviço na Igreja: o serviço à Palavra, o serviço no Altar, o serviço aos Pobres”, disse o pontífice sobre a vocação que Paulo decidiu abraçar.
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