O dia 1º de agosto passado foi o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo, mas o maior mal que essa patologia provoca deve ser lembrado e combatido o ano inteiro: o estigma. Muitas pessoas portadoras de vitiligo deixam de fazer atividades básicas do dia a dia, como andar de ônibus ou ir à escola, por causa do preconceito e da ignorância em torno da doença.
O vitiligo é caracterizado pela perda da coloração da pele, com a diminuição ou falta de melanina em certas áreas do corpo. As manchas se formam devido à diminuição ou à ausência dos melanócitos, que são as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele. O vitiligo não dói, não coça, não descama, não é contagioso e nem infeccioso.
“Por ser uma doença que ainda não tem uma definição quanto à etiologia e tratamento, provoca grande impacto na aparência da pessoa. Há muitos mitos sobre a doença que precisam ser superados. Dr. Geraldo de Magella Machado Cafezeiro, dermatologista, nos conta que, por conta disso, sempre aparece alguém com falsos “alertas”, como de que alguém “começou assim e em trinta dias ficou todo branco”. “Isso incita o aparecimento de outros mitos e de curas milagrosas, fórmulas ditas naturais, tratamentos efetuados em outros países, que podem ter efeitos colaterais graves e que, ao final, não resolverão o problema, gerando mais frustração, maior perda da autoestima e agravando mais o quadro”.
Ele nos conta ainda que o vitiligo é uma doença de causa não bem estabelecida, onde ocorre a diminuição da melanina devido à diminuição ou ausência dos melanócitos, ou seja, das células que produzem o pigmento que dá cor à pele, provocando manchas brancas em várias partes do corpo. Ele pode aparecer em crianças ou em adultos, com qualquer tonalidade de pele, sendo apenas mais visível em pessoas da pele negra. “Reações autoimunes e transmissão genética são as teorias mais aceitas. Porém, traumas emocionais também funcionam como gatilho, desencadeando a doença ou agravando-a”, registra o especialista.
O profissional reforça que o maior problema do portador do vitiligo é mesmo o preconceito: “O vitiligo provoca um impacto muito grande na vida do portador, gerando um baque significativo na autoestima e na sua qualidade de vida, o que faz, na maioria das vezes, desencadear ou agravar as lesões. Por isso, é muito importante o acompanhamento psicológico desses pacientes”.
E qual é o tratamento do vitiligo? “Existem medicamentos que induzem a repigmentação da pele, atuando na reação autoimune, como os derivados da vitamina D e os corticosteroides. Também são usados os tratamentos fototerápicos, com radiações ultravioletas B e A”, afirma Dr. Geraldo.
Por fim, o médico traz a todos um lembrete importante, para mudar a postura da sociedade sobre o vitiligo e melhorar a qualidade de vida do seu portador: “Vitiligo não é contagioso e os pacientes devem, principalmente, evitar fatores estressantes, atritos ou pressões sobre a pele, para não precipitar o aparecimento de novas lesões”.
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