Na última semana, depois de o Brasil perder o jogo da Copa do Mundo de Futebol para a Croácia, muitas pessoas comentaram nas redes sociais que a seleção só perdeu porque alguém fez algo diferente do que vinha fazendo nos outros jogos. Trocou de camisa, assistiu com pessoas diferentes, não fez um ritual certo… Essa crença é chamada de superstição.
Além do futebol, muitas outras coisas do dia a dia acabam sendo impactadas por superstições, como não passar por baixo de escadas e achar que dá azar quebrar um espelho. Na época de final de ano, então, há mais superstições para a virada do ano que tempo disponível para fazê-las, certo? E há até mesmo questões ligadas à fé e à religião, como dar três pulinhos para São Longuinho ajudar a encontrar objeto perdido ou então colocar vasos da espada de São Jorge para espantar “mau olhado”.
Diferente dessa superstição para coisas, no entanto, há uma relação entre a fé e a religião ligadas com os sacramentais. Água benta, crucifixo, sal abençoado ajudam a enriquecer a vida espiritual e aproximar-se de Deus no dia a dia. Eles foram instituídos pela Igreja para promover e fortalecer um relacionamento mais profundo com Cristo. Portanto, nada tem a ver com as superstições, embora muita gente confunda.
Mas para acabar com as dúvidas sobre o que é um sacramental e o que é superstição, é preciso, primeiramente, entender o significado das superstições.
Paulo Pacheco, teólogo e supervisor de orientação espiritual da Obra Evangelizar É Preciso, explica que o questionamento sobre as superstições intriga muitos fiéis. Isso porque não é incomum que até os mais assíduos nas Santas Missas atribuam fenômenos ou fatos a superstições.
O teólogo explica que o primeiro passo é entender o significado da palavra superstição. No dicionário de Língua Portuguesa, o termo significa um sentimento de veneração religiosa fundada no temor ou na ignorância que conduz, geralmente, ao cumprimento de falsos deveres ou confiança em coisas ineficazes.
Isso significa que as superstições não podem ser ligadas a Deus, muito menos com a religião. Elas são, na verdade, fruto do medo ou até mesmo das inseguranças das pessoas quanto a algumas questões. Se olhar, portanto, para esse significado, já se compreende que o termo não pode ser ligado ao que dizem as Sagradas Escrituras.
Outro ponto apontado por Paulo está na norma 2111, do catecismo da Igreja, o qual aponta que:
“A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo: quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesmas legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que exigem, é cair na superstição”.
Por outro lado, os sacramentais, como a água benta e o crucifixo por exemplo, são ligados à aproximação com Deus e pedem apenas proteção. Há relatos comprovados de graças alcançadas através dos sacramentais.
Ao traçar o paralelo entre a superstição e o sacramentais, compreende-se que um não tem relação com o outro, pois enquanto o primeiro é fruto da ignorância, o segundo é a aproximação com Deus.
“Temos que a superstição não possui nenhum embasamento de credibilidade e comprovação, tratando-se apenas de crendices que têm como maior resultado o distanciamento de Deus, sem contar que abre-se portas para a influência do inimigo que se utiliza dessa fragilidade de fé para nos afastar da Ação Salvífica de Deus”, finaliza Paulo.
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