Por Talita Rodrigues
Antes de falarmos sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), é importante entender o que são obsessões e o que é a compulsão, para tratarmos do tema com mais clareza e totalidade.
As obsessões são ideias, pensamentos e impulsos que surgem de forma repetitiva. Na maioria dos casos, são acompanhados por um sentimento de culpa e medo – justamente por surgirem, por muitas vezes, em momentos inapropriados. Citarei aqui, os principais e mais conhecidos tipos de obsessões: limpeza e higiene, simetria entre objetos e afins, autoimagem e acúmulo.
Já a compulsão é caracterizada por manifestações físicas das obsessões citadas acima, que geram uma espécie de ritual. Os exemplos mais comuns de compulsões são: lavar as mãos e/ou tomar banho várias vezes ao dia, repetir comportamentos simples, como, por exemplo, andar na rua e evitar pisar em determinados lugares e checar muitas vezes se uma porta está trancada, mesmo sabendo que está.
Infelizmente, o número de pacientes com TOC dentro dos consultórios tem aumentado muito, em especial durante a pandemia.
As pessoas com o Transtorno são plenamente capazes de identificar que os seus próprios comportamentos fogem da normalidade ou que parecem inadequados em determinados momentos. Justamente por identificarem a inadequação destes comportamentos, em muitos casos elas também desenvolvem o transtorno depressivo, devido ao sofrimento, culpa e ao medo que o TOC causa.
Vale ressaltar que o Transtorno Obsessivo Compulsivo é diferente da mania. As manias são rituais que se repetem, mas que são movidos por uma superstição. Quando, no entanto, os rituais da mania se tornam muito constantes e o sujeito percebe que deixar de fazer estes rituais lhe causará algum sintoma físico e/ou psicológico ou, até mesmo, algum prejuízo para sua vida e seus afazeres diários, podemos considerar que a mania em questão é um dos sintomas do TOC.
O diagnóstico deste transtorno é realizado pelo psicólogo ou psiquiatra no momento em que o sujeito busca ajuda.
O tratamento pode ocorrer de duas formas: através dos medicamentos que atuam no controle da serotonina – hormônio responsável pela satisfação e prazer; através do processo de psicoterapia, que atuará com força na mudança do comportamento desse sujeito, evitando a sensação de culpa, medo e insegurança quando os “rituais” não forem feitos. Vale ressaltar que somente a medicação não será capaz de trazer a cura que alguém com o transtorno busca.
A medicação atuará somente nas questões biológicas e químicas, diminuindo os sintomas, mas não os curando. O processo de psicoterapia é extremamente importante nesses casos, pois é a única forma de dar sentido ao sofrimento causado pelo transtorno e descobrir – revisitando a história de vida do paciente, buscando o que pode ter ocasionado o transtorno do TOC – a raiz do sintoma.
Se você conhece alguém que sofre com este transtorno, guarde isto:
É muito importante que os familiares ou as pessoas próximas que convivem com alguém que apresenta sinais do transtorno ou que já tem um diagnóstico de TOC incentivem o ente querido a buscar ajuda psicológica, esforçando-se, o quanto for possível, para se acostumar com os rituais criados e realizados por eles em razão do transtorno, sem julgamentos. Assim, ajudarão o ente querido a não sentir culpa por conta dos rituais e do incômodo que eles possam causar.
A medicação, aliada a psicoterapia, será capaz de trazer a cura que o paciente tanto busca. Contudo, se o paciente contar também com o amor, a compreensão e o carinho dos seus familiares, amigos e de todas as pessoas que convivem com ele, possivelmente terá mais coragem para enfrentar todos os desafios que o TOC apresenta em sua vida. Com esse apoio, ele passará pelo processo de cura com mais força e fé de que tudo, absolutamente tudo, dará certo.
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