De repente, aparece uma dor de cabeça, inflamação na garganta ou desconforto abdominal. O que você faz? Muita gente procura uma farmácia perto de casa ou recorre à “caixinha de remédios” dentro do armário para solucionar o problema. No entanto, essa atitude, que de antemão pode parecer fácil e rápida, aumenta a exposição aos perigos da automedicação.
Foi o que aconteceu com a Cristina Alves, de Curitiba, que sempre se automedicou ao sentir dores, até o momento em que os remédios não fizeram mais efeito.
“Eu sempre tive problemas com a garganta. Minha primeira atitude era recorrer a remédios. Por muitos anos me automediquei e, hoje, aqueles medicamentos não me ajudam”, conta.
Ela também relata que depois de conversar com seu médico, entendeu que o uso indiscriminado alterou sua resistência medicamentosa e dificultou o diagnóstico e tratamento para as dores que sentia.
A situação que Cristina vivenciou é presente na vida de milhares de brasileiros. Cada vez mais pessoas assumem os riscos da automedicação. Dados do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, em parceria com o Datafolha, revelaram que 89% das pessoas com 16 anos ou mais tomam remédios por conta própria.
A Professora de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Daniele Fonteque Marcon, esclareceu que a automedicação consiste na prática de ingerir medicamentos para o alívio de sintomas sem a orientação e acompanhamento de um profissional habilitado.
Ela esteve presente com seus alunos do Curso Técnico em Enfermagem no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e de Jesus das Santas Chagas, em Curitiba (PR), para orientar sobre o tema os fiéis que passavam pelo local.
“A pandemia trouxe um cenário terrível. As pessoas ficaram com medo de ir ao médico, buscar atendimento e, consequentemente, se automedicaram muito. Mesmo agora, depois de passada a pandemia, vivemos os resquícios dela e temos que informar”.
Quais os riscos da automedicação?
As pessoas se automedicam por diversos motivos. Daniele explica que alguns deles são: indicação de familiares e amigos, fácil acesso aos medicamentos, alívio rápido de sintomas e tempo de espera no atendimento de saúde. Além disso, a pesquisa já citada também contabilizou que mais da metade dos entrevistados fazem consultas na internet para entender uma dor sentida e 47% consultam a rede para saber qual remédio tomar.
Os riscos são:
– reações alérgicas;
– intoxicação;
– alterações medicamentosas;
– dependência;
– resistência medicamentosa;
– alívio dos sintomas sem tratar ou diagnosticar a doença.
“Sabemos das dificuldades encontradas no serviço de saúde, mas muitas vezes as pessoas se automedicam por comodidade. Idosos, por exemplo, não querem incomodar os familiares. Por isso o alerta, já que os riscos são grandes se automedicando”, afirma a especialista.
O que fazer, afinal?
O adequado é sempre procurar um atendimento médico para orientação, exames e indicação de medicamentos, se necessário. Porém, lembre-se de que a visita a um profissional não deve ocorrer apenas quando uma dor ou sintoma se manifesta. Um acompanhamento periódico para identificar precocemente problemas e alterações na saúde é o mais recomendado.
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