A música é uma linguagem universal que encanta e emociona pessoas de todas as idades e realidades, mas você já parou para pensar como as notas musicais surgiram? Mais surpreendente ainda é saber que esse sistema de notação musical tem suas raízes na história da Igreja Católica e remonta ao trabalho de um monge beneditino italiano do século X.
Guido de Arezzo era um estudioso da música. Ele organizou e padronizou as notas musicais como são conhecidas hoje. Enquanto trabalhava no mosteiro da cidade de Pomposa, percebeu a dificuldade dos cantores gregorianos para memorizar as complexas melodias das músicas sacras. Então, resolveu desenvolver um sistema de notação musical, que buscava simplificar o aprendizado e reduzir erros de interpretação.
A inspiração de Arezzo veio de um hino dedicado a São João Batista. As iniciais de cada verso foram utilizadas para nomear as notas musicais. Assim, surgiram as primeiras: Ut, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. O nome “Si” foi derivado das iniciais de “Sancte Iohannes”, que homenagearam o santo padroeiro. Posteriormente, o “Ut” foi substituído por “Dó”, para simplificar a leitura e entoação das notas.
No seu modelo, o monge conseguiu ilustrar cada parte da canção e tornou acessível de modo visual a harmonia, a melodia e o ritmo de cada canto composto pelas notas – e compreensível a partir das partituras, que é definida como a representação escrita da música.
O sistema de notação musical foi tão eficaz que existe até hoje e passa por todas as épocas e estilos. Essa ideia facilitou o aprendizado e a execução de músicas, além de permitir a disseminação dessa arte, que inclui o repertório litúrgico da Igreja Católica.
Mas a história de contribuições e de envolvimento da música e da fé não para aí. Sempre foi além. O canto gregoriano, por exemplo, foi encomendado pelo Papa Gregório I como uma forma de unificar os cânticos litúrgicos utilizados nas celebrações eucarísticas.
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