O perdão é um dos elementos mais importantes para sermos curados dos males que nos afastam de Deus. E como está no trecho da oração atribuída a São Francisco, ele começa por nós: “é perdoando que se é perdoado”.
Apesar de sabermos que o perdão é a atitude que Deus espera de cada um, nem sempre conseguimos colocá-lo em prática. Porém, se o Senhor perdoou os nossos pecados e se queremos ser parecidos com Ele, que motivos podem ser suficientes para não perdoar alguém?
A maior dificuldade pode ser perdoar quem amamos e faz a diferença nas nossas vidas, já que de estranhos você não sabe o que esperar e de pessoas com comportamentos amargos e maledicentes já se imagina o pior.
Algo que costuma travar o processo do perdão e não permitir o avanço é a ideia de que perdoar é deixar para lá ou esquecer. Como perdoar alguém a quem você se entregou, por quem se esforçou, mas não teve reciprocidade?
Inicialmente, é preciso saber que do ponto de vista da Justiça humana, o perdão pode soar como algo injusto, já que a “lógica” é que quem faz algo errado deve receber as consequências e ser punido por isso. Ou que quem promoveu a mágoa deve ter de volta o mesmo no chamado “toma lá dá cá”.
A vingança, muitas vezes, pode iludir e dar a sensação momentânea de prazer, mas ela é aparente e logo desaparece, fazendo com que o mal da mágoa e do rancor atinja apenas quem o sente. Não cura sua dor, não transforma o que está por dentro. Por isso, quem não perdoa torna-se refém da sua dor.
Como explica Padre Reginaldo Manzotti, perdoar é saber que a vida se encarregará, mas não devemos desejar a punição. Só consegue verdadeiramente ficar livre desse mal quem tem as virtudes da compaixão, da bondade e da humildade ou, como escreveu Papa Francisco no livro “Quem sou eu para julgar” (editora LeYa), “se, em nosso coração, não há misericórdia e a alegria do perdão, não estamos em comunhão com Deus. É o amor a Deus e ao próximo que dá cumprimento a todos os Mandamentos.”
Perdoar não é o mesmo que esquecer e não está relacionado apenas a sentimento. É também vontade, é decisão. Busque determinar que quer perdoar e tome atitudes que estejam de acordo. Nas palavras do Padre Reginaldo, temos a opção de viver na amargura e rancor e temos a opção de tocar a vida. ‘“Eu vou perdoar todo mal que essa pessoa me fez’. Claro que não é mágico, mas é também vontade e decisão. Tem que determinar: eu quero perdoar e vou fazer isso, pois sou cristão’”.
Sobre esse tema e o exercício de perdoar, o Papa Francisco também fez a seguinte proposta:
“Agora, peço-vos algo. Em silêncio, todos, pensemos… Cada um de nós pense em alguém com quem não nos damos bem ou estamos irritados, de quem não gostamos. Pensemos e, em silêncio, neste momento, oremos por essa pessoa e sintamos misericórdia por ela.”
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